A menopausa é um período da vida reprodutiva da mulher que corresponde à última menstruação e que faz com que todo o organismo passe por algumas modificações. Por isso, esse processo natural gera alguns sintomas, entre eles a diminuição da libido, as ondas de calor, a instabilidade emocional e o ressecamento vaginal. Além disso, existem outras informações pouco conhecidas sobre essa fase. Confira:
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Você ainda pode engravidar
A menopausa marca o fim do estoque dos óvulos, fazendo com que a mulher não consiga mais engravidar naturalmente. No entanto, o procedimento de ovodoação pode ser interessante para contornar essa situação.
“O procedimento inicia-se pela realização de uma avaliação para garantir que a mulher possui capacidade de receber o embrião, que, caso seja positiva, é seguida pela busca por uma doadora de óvulos. O óvulo escolhido é fecundado em laboratório pelo sêmen, que também pode ser doado, no caso de gravidez por produção independente, ou coletado do parceiro da receptora. Após a fecundação e um breve período de maturação, o embrião formado é inserido no útero na receptora através de um pequeno cateter guiado por ultrassom”, diz o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
Depois de cerca de 15 dias, é possível fazer exames para analisar a eficácia do procedimento, que, no geral, possui altas taxas de sucesso, com chance de gravidez de 50 a 60%.
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Dor nas articulações é um sintoma
Apesar de ser um fato pouco comentado, a menopausa também pode provocar dores nas articulações.
“As articulações, assim como as cartilagens que as protegem, possuem receptores de estrogênio, hôrmonio que contribui para a manutenção da saúde dessas estruturas. Logo, conforme a produção hormonal é alterada com a menopausa, as articulações ficam mais inflamadas, o que causa dor em regiões como mãos, joelhos e ombros e favorece o surgimento de condições como a artrite e artrose”, conta o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
Segundo o especialista, para aliviar o incômodo, é fundamental controlar o peso, praticar exercícios físicos e ter uma alimentação anti-inflamatória. A reposição hormonal, que sempre deve ser indicada por um ginecologista, também pode ajudar.
“Em casos mais graves, em que a mulher já desenvolveu doenças como artrite e artrose, a consulta com o ortopedista também é importante para receber o tratamento adequado, reduzindo as dores e melhorando a qualidade de vida da paciente”, acrescenta.
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A saúde oral é especialmente afetada
Por ter características semelhantes à mucosa vaginal, a mucosa oral também responde às mudanças nos níveis de estrogênio que ocorrem durante a menopausa.
“Como resultado, as gengivas podem tornar-se mais vermelhas e inflamadas, com maior propensão a sangramentos e doenças gengivais. Além disso, há uma redução no fluxo de saliva, causando ressecamento das mucosas orais. E, como a saliva é responsável por regular o pH da boca e proteger dentes e gengivas, o risco de cáries também aumenta”, destaca o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor pela USP.
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A pele e os cabelos precisam de cuidado redobrado
A redução da produção de estrogênio que acontece nessa fase pode prejudicar a pele e o cabelo. “Com a chegada da menopausa, a pele se torna mais fina e ressecada e a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico diminui drasticamente, acelerando o processo de envelhecimento da pele, visto que essas substâncias são responsáveis por conferir sustentação, firmeza, elasticidade, volume e hidratação ao tecido cutâneo”, afirma a Dra. Cintia Guedes, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Nesse período, o recomendado é priorizar o uso de sabonetes mais suaves, além de reforçar a hidratação da pele com cosméticos que tenham ativos capazes de fortalecer a barreira cutânea.
“É importante optar por produtos que sejam livres de substâncias irritantes, como as fragrâncias, pois a pele da mulher se torna mais sensível nessa fase”, alerta a especialista.
Para prevenir e combater o envelhecimento, os procedimentos que estimulam a produção de colágeno, como o ultrassom microfocado, são alternativas interessantes.
Já em relação aos cabelos, a menopausa causa uma redução da taxa de multiplicação das células da raiz do fio. Em razão disso, há uma diminuição da densidade capilar e a desaceleração do crescimento. A umectação com óleos vegetais e as máscaras de tratamento colaboram para a recuperação da saúde capilar.
“Podemos também realizar um tratamento médico próprio para a reposição e manutenção das proteínas nos fios. Nesse procedimento, após exame de uma pequena amostra do cabelo, conseguimos avaliar qual a gravidade dos danos aos fios e assim indicar uma medicação específica para o tratamento do cabelo”, destaca a Dra. Cintia Guedes.
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Inchaço é mais comum
As variações dos hormônios ginecológicos colaboram para que a retenção de líquidos e o surgimento de inchaços se tornem mais frequentes.
“Na menopausa, há uma dilatação dos vasos, levando a um maior acúmulo de líquidos. Geralmente, os pés são os primeiros a demonstrar esse inchaço pelo efeito da própria gravidade, já que sustentam o nosso corpo”, esclarece a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Medidas gerais para melhorar o desconforto incluem alta ingestão de líquidos, alimentação rica em água, aplicação de compressas frias e elevação dos membros. De acordo com a especialista, caso não haja suspeita de trombose, a drenagem linfática também pode ser feita para lidar com o inchaço.
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Risco de lipedema aumenta
Devido a alterações nos receptores de estrógenos localizados na gordura, o lipedema é um dos problemas mais comuns quando ocorrem grandes movimentações hormonais no organismo.
“O lipedema é uma doença crônica e progressiva caracterizada pela distribuição anormal e assimétrica de gordura em regiões como pernas, quadril e braços, com dor local e aparecimento de celulite”, afirma a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.
Segundo a Dra. Cláudia, o controle da condição pode ser feito por meio do fortalecimento muscular dos membros inferiores e da prática de exercícios aeróbicos de baixo impacto.
“Foi demonstrado que exercícios de vibração de corpo inteiro ajudam as mulheres que sofrem de lipedema. Recomendo também o uso de roupas de compressão durante os exercícios, pois ajudam na circulação sanguínea e no fluxo linfático e evitam que o distúrbio evolua para casos mais graves. Além disso, é importante modificar a dieta, removendo alimentos como açúcar, carboidratos simples, alimentos ultraprocessados, embutidos e ricos em sódio”, aconselha a especialista.
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Incidência de infecção urinária é maior
Na menopausa, a infecção urinária, doença que se dá pela migração de bactérias do trato intestinal para a uretra, é mais frequente.
“O hipoestrogenismo, isto é, a diminuição de estrogênio que ocorre na menopausa, causa atrofia da região íntima e altera o pH da vagina, fatores que favorecem a proliferação bacteriana com consequente aumento do risco de infecção urinária”, detalha a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
Para preveni-la, o ideal é consumir bastante líquido, evitar segurar a urinar, não deixar a região íntima úmida e ter uma boa higiene.
“A terapia de reposição hormonal também pode ser indicada para reduzir a atrofia vaginal”, completa a nefrologista.