A síndrome do pânico é um transtorno psiquiátrico que está relacionado à ataques de pânico recorrentes, ou seja, a pessoa tem “surtos”, “descontroles”, “crises” – que podem ser esperados e/ou inesperados a depender de sua condição atual e história de vida. Há a sensação de medo, ansiedade, desespero e desconforto intensos.
As causas são multifatoriais e não totalmente esclarecidas. Discute-se a influência genética, estresse agudo, uso e abuso de drogas licitas e ilícitas, além de variáveis ambientais, tais como: situações de abuso (físico, emocional, sexual…), história marcada por situações frequentes de invalidação e punição e dificuldade de regulação emocional.
Durante esses ataques, a pessoa experimenta uma sensação extremamente aversiva, combinando diversas reações corporais: taquicardia, sudorese, tremor, falta de ar, náusea, sensação de asfixia, vertigem, tontura, calafrio ou onda de calor, sensação de formigamento corporal, medo de morrer e/ou de perder o controle.
Já a ansiedade é uma reação natural inerente aos seres vivos, uma reação normal e temporária que causa efeitos desconfortáveis no corpo, preparando o organismo para lutar e/ou fugir; uma sinalização/dica de que algo que está por vir pode ser aversivo.
Os seres humanos interpretam e nomeiam esses sinais, descrevendo-os como ansiedade, uma emoção que é somada a outras: medo, alegria, inveja, ciúme etc. Os sintomas de ansiedade são: taquicardia, tremores, falta de ar, tensão muscular, boca seca (sinais semelhantes à crise de pânico, mas menos intensos).
Qual a diferença entre síndrome do pânico e ansiedade?
A diferença é a recorrência e a intensidade, além das consequências/efeitos em cada uma delas. No caso do pânico, a pessoa pode ter todas as esferas da sua vida prejudicadas, impedindo-a de ter lazer, trabalho, amigos… A ansiedade é inerente à vida das pessoas, enquanto o pânico é um transtorno psiquiátrico que precisa de atenção, cuidado e busca de suporte profissional.
A identificação se dá a partir do quanto a crise tem recorrência, além da apreensão ou preocupação persistente dos ataques de pânico ou sobre seus efeitos, ou seja, a pessoa acaba tendo crises de ansiedade por receio de ter novas crises, criando um ciclo vicioso e recorrente.
Além disso, a pessoa começa a evitar os locais em que teve as crises, limitando totalmente a sua vida. A pessoa se sente isolada, incompreendida e começa a ter consequências por conta de suas evitações e esquivas frequentes.
O tratamento precisa ser multiprofissional, combinando o tratamento medicamentoso com psiquiatras e o tratamento com psicólogos.
Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT (@equipeat).