Durante uma entrevista ao “Fantástico’, da TV Globo, a Vanessa Lopes, ex-participante do BBB 24 que desistiu do reality show no dia 19 de janeiro, revelou que foi diagnosticada com um quadro psicótico agudo.
Essa foi a primeira vez que a influenciadora se pronunciou sobre como ficou sua saúde mental durante o confinamento. “Segundo meu psiquiatra, eu tive um quadro psicótico agudo. E como se minha mente rompesse com a realidade”, disse.
O QUE É O QUADRO PSICÓTICO AGUDO?
De acordo com Alexander Bez, psicólogo, o quadro psicótico agudo é uma condição em que acontece uma ruptura nas fronteiras dos limites sociais. Esse estado é desencadeado por estímulos que funcionam como gatilhos psicológicos.
“Esse estado é provocado por estímulos que funcionam como gatilhos psicológicos, resultando em delírios, alucinações e alterações graves nas percepções”, afirma o especialista em saúde mental.
“O confinamento em casas com câmeras 24 horas, como no Big Brother Brasil (BBB), pode gerar estresse significativo e, em casos extremos, pode contribuir para o agravamento de sintomas psicóticos em pessoas predispostas. O ambiente competitivo, a exposição constante e a falta de privacidade podem favorecer a ansiedade extrema e fazer emergir sinais da paranoia, como mania de perseguição”, avalia a psicanalista Elizandra Souza.
Os sintomas incluem delírios, alucinações e gravíssimas alterações nas percepções. “Há mudanças no que a pessoa vê, compreende e entende, levando à manifestações de condutas anormais”, explica.
O diagnóstico pode envolver avaliação comportamental, entrevistas, testes, exames psiquiátricos, neurológicos, sanguíneos e exames de imagem cerebral. “Vale investigar se foi um episódio breve e transitório, motivado por um estresse específico, ou se são sintomatologias recorrentes”.
Bez alerta que o quadro psicótico é considerado uma emergência psiquiátrica. “É um colapso psiquiátrico total, e a falta de tratamento pode provocar um surto mais patológico e, consequentemente, mais perigoso ainda”, alerta.
O tempo de melhora pode variar entre dias, semanas ou até mesmo, em casos mais sérios, meses. “O tratamento pode ser realizado por meio de ansiolíticos, remédios para estabilizar o humor, terapia e antipsicóticos”, lista Alexander.
“O acompanhamento contínuo e o suporte psicossocial são, muitas vezes, necessários a longo prazo para prevenir recaídas e promover a estabilidade emocional e funcional. É importante que o paciente e sua equipe de saúde mental trabalhem juntos para desenvolver um plano de tratamento personalizado e acompanhem de perto o progresso ao longo do tempo”, conclui a psicóloga Júlia Pereira.