A acne (as espinhas e os cravos que aparecem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos) é um problema bastante frequente na fase da adolescência, mas também pode acontecer em adultos.
“As áreas mais atingidas são o rosto, peito e dorso. Pode ser bastante incômoda e deixar cicatrizes. A manifestação da acne está relacionada ao comportamento de hormônios sexuais masculinos ou andrógenos, produzidos tanto em homens quanto em mulheres”, explica a Dra. Anna Cecília Andriolo, dermatologista membro da SBD e especialização em doenças dos cabelos e couro cabeludo pela FMUSP.
SAÚDE MENTAL
Segundo a dermatologista, a acne pode impactar a saúde mental dos indivíduos, tornando-os mais propensos a desenvolver depressão, por exemplo.
“Estudos recentes demonstram que pacientes diagnosticados com acne são 63% mais propensos a desenvolver depressão, e isso acontece normalmente no primeiro ano após o diagnóstico. Quanto mais grave (mais extenso e inflamatório o quadro) maior a tendência de atingir o lado psicológico do paciente”, conta.
O problema pode causar a baixa autoestima em razão do desconforto que as lesões geram e do comprometimento estético. “As alterações da pele podem atingir o lado psicológico da pessoa e torná-la insegura, tímida, deprimida, infeliz e com rebaixamento da autoestima“, destaca a Dra. Anna Cecília.
“A queda da autoestima é comum em pacientes com acne, fazendo com que os mesmos se sintam inseguros e muitas vezes envergonhados e constrangidos com esta situação”, completa a Dra. Denise Akemi Andreu, médica com pós em psiquiatria da Clínica Gravital.
As consequências psicológicas provocadas pela acne podem afetar várias esferas da vida de um indivíduo, como as relações familiares, o trabalho e as amizades.
TRATAMENTO
De acordo com a Dra. Anna Cecília, é importante que o tratamento da acne seja feito precocemente para evitar a formação de cicatrizes.
“As opções de tratamento da acne são inúmeras, desde tratamentos com medicamentos e dermocosméticos tópicos até medicações por via oral, inclusive pode existir a combinação dessas vias. A escolha das substâncias químicas vai depender da extensão, gravidade, grau de inflamação e presença de cicatrizes”, explica.
Além do tratamento do problema, em alguns casos, é fundamental contar com apoio dos profissionais especialistas na área de psicologia e psiquiatria.
“Os profissionais da área da saúde mental podem ajudar orientando em relação ao momento, esclarecendo que é uma fase que irá passar, fortalecendo a autoestima e até mesmo prescrevendo alguma medicação caso necessário”, esclarece a Dra. Denise Akemi Andreu.