O grande impacto do uso excessivo de telas por crianças maiores de 2 anos é o sedentarismo, que pode levar à obesidade. As telas acabam se tornando um vício para a criança, seja pelos joguinhos, seja pelos vídeos, pelas cores, alimentando o sistema de recompensa do cérebro e fazendo picos de dopamina no cérebro.
Além disso, a criança que fica muito tempo na tela tende a ficar mais irritada, mais agitada, mais ansiosa, além de apresentar problemas de visão, dificuldade de concentração, problemas para dormir e dificuldade no aprendizado. Como a tela entrega tudo pronto, desde imagem, som até formas, a criança pode enfrentar uma piora no desenvolvimento da criatividade e da imaginação.
Limites de idade
Eu recomendo, abaixo de 2 anos, zero exposição à telas, porque o bebê precisa explorar o mundo e aprender com a imitação de outras pessoas. Nesse período, a tela pode atrasar o neurodesenvolvimento do bebê, deixando-o sem referência de como ele deve se desenvolver e se comportar.
Se for usar uma tela entre 18-24 meses, pode, eventualmente, assistir a um vídeo com a família ou falar em uma chamada de vídeo com um parente, por exemplo. Fora isso, não aconselho.
De 2-5 anos, a tela seria em torno de 40 minutos por dia e sempre com acompanhamento de um responsável. Eu não aconselho deixar livre o acesso aos streamings ou às plataformas de vídeo, especialmente porque há o risco da criança ser exposta a um vídeo inadequado para a idade.
Acima de 6 anos, na minha prática clínica, eu limito a 1h30 de tela e sempre antes das 17h da tarde. A exposição à tela deve ser feita de maneira controlada e sob supervisão, porque a gente sabe a quantidade de conteúdo e perigoso que podemos encontrar na internet.
Dra. Nathalia Vianna, pediatra funcional integrativa. Instagram: @dra.nathvianna