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Por que os adolescentes são os mais afetados pela escoliose?

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Por Dr. Carlos Eduardo Barsotti
Atualizado em 21 out 2024, 22h29 - Publicado em 12 jan 2024, 08h00

A escoliose pode parecer um problema de saúde mais associado a adultos, mas existem muitos adolescentes que também são diagnosticados com esta patologia, a qual, caso não seja tratada em tempo hábil, pode se agravar e trazer maiores problemas de saúde para os jovens.

Muitos hábitos são capazes de contribuir para uma piora desta dor nesta faixa etária, os quais precisam ser claramente compreendidos para evitar este aparecimento ou, caso venha a ser diagnosticado, consiga ser rapidamente tratado para assegurar uma boa qualidade de vida ao paciente.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) identificaram que mais de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com a escoliose. Por mais que seu surgimento e evolução variem conforme a tipologia desta curvatura identificada, é fato que certos comportamentos diários podem agravar esta dor e, em alguns casos, exigir procedimentos cirúrgicos para sua correção.

Nos mais jovens, o sedentarismo decorrente do maior tempo frente às telas se mostra, hoje, como um dos fatores mais prejudiciais a esse diagnóstico – principalmente, devido à excessividade de horas que passam utilizando seus aparelhos eletrônicos.

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Em um estudo feito pela Common Sense Media, como prova disso, foi constatado que os adolescentes verificavam seus telefones, em média, mais de 100 vezes por dia, uma quantia realmente preocupante que impacta a realização de atividades físicas e que pode desenvolver outros problemas decorrentes como a obesidade e a inevitável piora da dor na coluna.

Na falta destes cuidados com a saúde, a escoliose idiopática é a tipologia que mais costuma ser diagnosticada nos pacientes que relatam os sintomas deste problema. De acordo com a OMS, esse problema acomete cerca de 3% da população mundial, apresentando características e níveis de evolução variados, apesar de sua causa concreta ainda não ser conhecida na medicina, costuma aparecer entre os 10 e 16 anos, mesmo existindo casos precoces.

Além dela, existem também a escoliose congênita, a qual pode ser diagnosticada intraútero e que ocorre quando a criança nasce com má formação nas vértebras; e a escoliose neuromuscular, secundária a doenças neuromusculares como paralisia cerebral e mielomeningocele, por exemplo, e que pode ser diagnosticado durante o primeiro estirão do crescimento, até os cinco anos de idade.

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Diante desta diversidade de tipologias desta patologia que afetam diversos jovens ao redor do mundo, um dos pontos mais importantes a ser destacado sobre este tema se refere à importância do diagnóstico precoce, de forma que o paciente seja encaminhado ao melhor tratamento conforme seu caso pelo médico especialista.

Principalmente, pois este acompanhamento adequado pode evitar muitos casos cirúrgicos, graças aos mecanismos robustos que temos à disposição na medicina atualmente para este problema.

TRATAMENTO

Em casos identificados durante o estirão de desenvolvimento do jovem, o tratamento mais recomendado é o uso do colete 3D – o qual precisa ser vestido usado por, pelo menos, 17 horas diárias para que surta o efeito desejado, retirando apenas ao tomar banho e realizar qualquer tipo de esporte – além da fisioterapia específica para escoliose.

Apenas curvaturas com mais que 40-45 graus e curvas progressivas que costumam ser direcionadas para cirurgia, uma vez que evoluem mais do que cinco graus em um período pequeno de quatro meses e, com isso, podem gerar quadros piores de serem tratados.

Quando o tratamento correto for aplicado em tempo hábil, em poucos meses o paciente voltar a realizar suas atividades normalmente, mesmo caso tenha passado pelo procedimento cirúrgico.

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Contudo, é inegável que este é um processo que pode gerar certos desafios ao jovem, principalmente em âmbito emocional, o que demanda o apoio irrestrito dos pais ao longo deste tempo, para que recebam o suporte necessário e se sintam seguros e confortáveis ao longo dessa jornada.

A escoliose nos adolescentes não precisa ser encarada com preocupação. Existem muitos métodos eficazes para auxiliá-los no tratamento contra este problema, os quais terão sua eficácia elevada caso, no menor sintoma identificado, sejam tratados rapidamente para evitar a piora do quadro e, com isso, o paciente seja direcionado ao melhor caminho para sua qualidade de vida.

Respondido por:

Dr. Carlos Eduardo Barsotti, cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School.

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