O sono faz parte do nosso sistema de equilíbrio. Dormir bem melhora nossa imunidade, melhora nosso humor, nos previne doenças, como obesidade e diabetes.
Logo, quando temos privação de sono, nosso corpo reage, aumentando uma substância chamada cortisol. E essa substância, cronicamente aumentada, vai diminuir nossa imunidade, vai amentar as chances de ansiedade e piorar o estresse emocional. Afinal, a privação do sono é um estresse físico que leva à um estresse emocional.
Dormir mal faz com que a gente aumente nossa impulsividade e diminua a regulação emocional, não só por conta do aumento do cortisol, mas também por conta de uma mudança neurobiológica cerebral que ativa nosso sistema de alerta, como se a gente estivesse com uma descarga de adrenalina. Isso faz com que tenhamos palpitação, sensação de sustos, reações emocionais mais intensas e, logo, sentimentos de tristeza e insatisfação.
Tanto a falta de sono pode acarretar a ansiedade quanto a ansiedade pode provocar a insônia. A privação do sono deixa a pessoa mais suscetível à ansiedade e à depressão. A gente precisa, para a gente guardar memórias e cuidar do nosso humor, que o nosso sono seja aprofundado.
Na privação de sono, a gente tem essas mudanças hormonais, com o aumento do cortisol, e as mudanças neurobiológicas, nos deixando mais reativos e também com sensação de cansaço. Para driblar essa letargia mental, muitas pessoas consomem bebidas energéticas, como café e refrigerantes com cafeína, o que pode deixá-las mais aceleradas, gerando taquicardia, falta de ar e, é claro, a piora da ansiedade.
Dra. Juliana de Paula, psiquiatra