Varizes são veias dilatadas e tortuosas, que podem se formar em qualquer região do corpo, mas ocorrem com maior frequência nos membros inferiores. Geralmente as varizes estão associadas a algum tipo de sintoma como dor e peso nas pernas. Algumas pessoas podem ter veias altas aparentes, mas não varizes, podem ser apenas veias proeminentes.
A parede venosa, por vários motivos, se torna enfraquecida e dilata. Quando a dilatação ocorre, válvulas que ajudam a direcionar o sangue para o coração também se dilatam. Com isso, o fluxo de sangue passa a ocorrer na direção contrária, em forma de refluxo, dilatando mais ainda a veia, criando um ciclo de piora do quadro. Ocorrem assim os sintomas, por haver uma sobrecarga de sangue.
FATORES DE RISCO
A predisposição genética é o principal fator, apesar de não haver um gene específico para varizes e sim um conjunto de genes que colaboram para a predisposição.
Fatores importantes são a obesidade, sedentarismo, exposição a hormônios femininos, hábitos de vida, como permanecer longos períodos em pé ou sentado.
AS VARIZES SÃO APENAS UM PROBLEMA ESTÉTICO?
Existem diferentes graus e tipos de varizes. Os graus mais leves são realmente estéticos, como aquelas veias fininhas, rosadas, bem superficiais. Mas hoje sabemos que veias superficiais que parecem apenas estéticas podem ser causadas em até 40% das vezes por um problema interno, como um refluxo na veia safena.
Por esse motivo, sempre que encontramos varizes, mesmo “parecendo” estéticas, é importante fazer um checkup com o exame de Eco Doppler para verificar se o fluxo
sanguíneo interno está normal. Se alguma alteração interna for encontrada, vai ser necessário seu tratamento prioritariamente, para que a alteração estética seja tratada adequadamente e de forma
duradoura.
Atualmente, os avanços nas tecnologias de diagnóstico, como o uso de aparelhos de realidade aumentada e com luz de LED, nos possibilitam uma identificação muito mais precisa das características estéticas e funcionais.
COMO TRATAR?
Primeiro, é fundamental realizar um diagnóstico com um mapeamento minucioso e entender onde está a fonte do problema. Um aglomerado de vasinhos superficiais podem ter como causa uma veia nutridora interna e a prioridade vai ser sempre a veia nutridora.
Costumo explicar que devemos tratar as varizes de dentro para fora, das maiores para as menores, e ir realizando um refinamento à medida que só restarem as microvarizes superficiais.
A outra estratégia para tornar o tratamento mais eficaz é utilizar a combinação de técnicas, que devem ser individualizadas de acordo com o tipo de veias e de acordo com o tipo de pele do paciente. Se em algum momento percebemos que precisamos alterar, acrescentar alguma tecnologia, como o laser, mudar a potência de alguma substância, fazemos a adaptação.
As pessoas são únicas e o organismo de cada um apresenta uma resposta, é inaceitável tratar um problema tão complexo e variável como o das varizes, como realizavam antigamente, utilizando apenas aplicação de glicose ou cirurgia.
Dra. Helen Pessoni, médica, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e especialista em cirurgia vascular e endovascular pela Associação Médica Brasileira (AMB).