Fumar tem efeitos adversos substanciais sobre a fertilidade. Uma grande metanálise comparando 10.928 mulheres fumantes com 19.128 mulheres não fumantes descobriu que as fumantes eram significativamente mais propensas a serem inférteis. A observação de que a menopausa ocorre, em média, 1 a 4 anos mais cedo em fumantes do que em não fumantes sugere que fumar pode acelerar a taxa de depleção do estoque de óvulos. O tabagismo também está associado com um risco aumentado de aborto espontâneo, tanto em gestações concebidas naturalmente quanto naquelas resultantes de técnicas de reprodução assistida. Diminuições na quantidade e motilidade dos espermatozoides e anormalidades na morfologia também foram observadas em homens fumantes.
Além disso, altos níveis de consumo de cafeína (500 mg; > 5 xícaras de café por dia ou seu equivalente) têm sido associados à diminuição da fertilidade. Durante a gravidez, consumo de cafeína acima de 200 a 300 mg por dia (2-3 xícaras por dia) pode aumentar o risco de aborto. No geral, o consumo moderado de cafeína (1-2 xícaras de café por dia ou equivalente) antes ou durante gravidez não tem efeitos adversos aparentes sobre a fertilidade ou resultados da gravidez. O consumo de cafeína não afeta parâmetros de sêmen em homens.
Dr. Fernando Prado, médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Instagram: @neovita.br