Você já deve ter percebido: as pessoas andam muito estressadas. E uma das causas pode ser o ambiente em que você passa a maior parte do dia — o trabalho. Segundo uma pesquisa da Isma-BR representante da International Stress Management Association), 72% dos brasileiros que estão no mercado têm alguma sequela ocasionada pelo estresse. Desse total, 32% sofrem de burnout. E 92% das pessoas com a síndrome continuam trabalhando.
Mas afinal, o que é o burnout? A síndrome do esgotamento profissional, antes muito ligada à cargos que envolviam a área da saúde, é uma ‟situação desenvolvida com o acúmulo de estresse na vida profissional do indivíduo. Atualmente, vemos cada vez mais pacientes sofrendo com o problema que, se não tratado adequadamente, pode evoluir para um quadro de depressão”, explica a psicóloga Sabrina Ferrer, chefe da equipe de profissionais que atendem pelo aplicativo FalaFreud, uma plataforma que oferece atendimento de terapias on-line.
E as causas geralmente são uma combinação de diversos fatores: a sensação de pressão constante a que você é submetida, prazos curtos demais, a competitividade entre os colegas de trabalho, um chefe autoritário e até uma personalidade muito perfeccionista e workaholic. ‟As mulheres também podem desenvolver a síndrome em empresas com políticas de trabalho ainda muito machistas. Mães que acabaram de voltar da licença-maternidade, por exemplo, sofrem com a pressão de ter que retomar toda a sua produtividade de antes do nascimento do bebê, mesmo estando agora com muito mais tarefas a cumprir”, afirma a psicóloga. Não é incomum, também, que pessoas com deficiências se sintam excluídas do círculo social do trabalho e desenvolvam o burnout.
Sintomas do burnout
Se você acha que o burnout pode estar te afetando, preste atenção em alguns sinais sutis. Só de pensar em ir trabalhar pela manhã, você sente uma profunda tristeza? Seus amigos notaram alguma alteração de humor em você? Ou mesmo seu sono, apetite e disposição, estão afetados? Sinal amarelo aí! ‟Se você sente que está a ponto de ter algum surto de raiva, procure ajuda. Essa ‘explosão’ que todo mundo fala não é normal, e você não precisa esperar chegar nesse ponto para começar o tratamento”, diz Sabrina. Isso porque, segundo um artigo publicado pelo Ministério da Saúde, esses sintomas podem gerar consequências para seu corpo também. Entre eles está o cansaço excessivo, dores de cabeça frequentes, dores musculares, pressão alta, alterações nos batimentos cardíacos e problemas gastrointestinais.
Para saber se você precisa de um apoio especializado ou não, a psicóloga sugere olhar para si mesmo. Pergunte a seus colegas e familiares se eles andam notando comportamentos diferentes em você. Se sim, vale tomar alguma atitude. ‟Você pode conversar no trabalho. Hoje em dia, as empresas têm se preocupado cada vez mais em promover atitudes que priorizem a saúde mental de seus funcionários. Falar com o seu gestor também é importante. Às vezes ele não sabe que as atitudes afetam você. Ou que seu volume de trabalho anda alto demais”, diz Sabrina.
Além disso, é essencial que você tente manter os hábitos saudáveis. Isso porque o sedentarismo, má alimentação, contato direto com a poluição e o consumo de cigarro e álcool estão intimamente ligados com níveis mais altos de estresse. Reserve um tempo da semana para fazer algum esporte que você goste, faça atividades relaxantes que saiam da rotina, como ir ao cinema, ou descubra um novo hobbie. Cuidar da mente também faz parte da #atitudeboaforma, viu?
Recentemente, a jornalista e apresentadora Izabella Camargo foi diagnosticada com o problema e se tornou uma importante voz na divulgação e no esclarecimento do distúrbio. Tanto que virou tema do primeiro episódio do podcast “Senta Lá, CLAUDIA”. Nele, as editoras Alessandra Balles e Isabella Marinelli recebem a jornalista e a psiquiatra Lívia Beraldo Basseres para conversar sobre sinais de alerta e tratamentos. Acesse clicando neste link!