Quase 20 metros, o equivalente a um prédio de seis andares. Essa é a altura dos paredões de água que Maya costuma enfrentar. “Adoro essas ondas porque elas são raras. Não é em qualquer lugar que você encontra uma. E o risco, muito maior, faz a adrenalina aumentar”, conta a surfista de 28 anos. Tanta coragem já rendeu a ela cinco prêmios Billabong XXL Global Big Wave Awards, uma espécie de Oscar da modalidade.
A carioca não brinca em cima da prancha: se jogou no oceano gelado do Alasca, foi a primeira mulher a superar a temida bancada de corais de Teahupoo, no Taiti, e, no mês passado, retornou a Nazaré, em Portugal, para reencontrar o “tsunami” que quase a matou em 2013. E quem disse que o trauma a pararia? “Estou acostumada a tomar caldo. Só que esse foi diferente. Manter a calma se mostrou imprescindível para salvar minha vida”, revela a atleta, que já havia feito treinamento de apneia e de mergulho livre (sem equipamento) no Havaí, Estados Unidos.
Leve o treino na mala com você
A rotina de Maya é imprevisível. Ela passa grande parte do ano viajando em busca das ondas gigantes. “Como não dá para contar sempre com uma academia, fazemos circuitos funcionais que não usam equipamento”, diz o personal trainer da atleta Leandro Borges Pecanha, do Rio de Janeiro. Faça o circuito A e o B em dias seguidos e descanse no próximo. Depois, repita o esquema. Dica: para gastar mais energia, realize três rounds com uma série de cada exercício sem pausa.
Reforço muscular contra lesões
“Em 2014, passei por uma cirurgia na coluna e fiquei meses sem caminhar. Por causa disso, precisei acrescentar muitos exercícios focados no core e nas pernas”, conta a surfista. Quando não está no mar, Maya se joga na piscina. “Antes da operação, treinava na areia e na bike. Agora, me dedico ao pilates e à natação.” Nos dias em que está cansada – são horas remando contra a corrente –, ela faz um treino mais leve (como não enfrentamos ondas gigantes, não temos essa mamata, tá?).