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Rio 2016: Cláudia Santos perdeu uma perna e encontrou no remo disposição para recomeçar

A atleta que competirá nas Paralimpíadas encarou o acidente com positividade e se destaca no remo

Por Aline Takashima (colaboradora)
Atualizado em 21 out 2024, 19h22 - Publicado em 16 ago 2016, 10h39
Du Borsatto
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Naquele dia fatídico de fevereiro de 2000, a telefonista Cláudia Santos realizou uma parte do seu percurso diário: caminhou até o canteiro central da Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, e esperou o fluxo de carros diminuir para atravessar a rua. Não conseguiu chegar ao ponto de ônibus. Um carro a atropelou arrancando sua perna direita no ato. Desde então, sua vida mudou. Segundo ela, para melhor. Cláudia mudou de profissão. Tornou-se paratleta e conquistou o título de campeã mundial de remo, em Munique, com menos de um ano de treino. Após passar por 14 cirurgias e três anos e meio de reabilitação, ela encontrou no esporte disposição para recomeçar. Em 2006, começou a praticar natação. Por insistência do treinador, José Paulo Sabadini de Lima, conheceu o remo.

 

 

Se no início demonstrou pouco interesse pela modalidade, uma possível vaga no Campeonato Mundial, na Rússia, a fez mudar de ideia. Realizou seu primeiro treino no início de 2007 e, em setembro do mesmo ano, subiu ao pódio como número 1 do mundo. Com uma Paralimpíada pela frente, a atleta confidencia que não esperava tantas vitórias. Em 2010 foi vice-campeã no Campeonato Mundial na Nova Zelândia. Em 2013, levou medalha de bronze, na Coreia do Sul. “Tanto os atletas paralímpicos quanto os convencionais passam por obstáculos. Não acredito que eu tenha muitos. Eu foco mais na força de vontade, no que eu realmente quero.”


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Com a mesma força que deseja conquistar o ouro na Paralimpíada do Rio de Janeiro, Cláudia não vê a hora de ser mãe. Ela e o marido planejam adotar uma menina. A vontade surgiu em 2010, quando Cláudia retirou o útero – por conta do esforço no remo, ele mudou de posição. “A minha filha vai entender que sou uma pessoa normal. Sofri um acidente, mas nem por isso a vida acaba. Eu quero que ela tenha orgulho de mim. Vou mostrar minhas medalhas e o meus troféus.” Para continuar aumentando o número de premiações, Cláudia conta o segredo: se dedicar 100% em todos os treinos. “A fórmula é simples: 20% de força, 20% de técnica, 20% de dor e 40% de vontade.”

 

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