Elevação frontal: vale a pena ou é exercício dispensável?
O movimento isola a parte frontal do ombro e pede cuidado para evitar sobrecarga
Muito comum nos treinos de ombro, a elevação frontal costuma dividir opiniões. Enquanto alguns a defendem como essencial para o desenvolvimento da parte anterior do ombro, outros a consideram dispensável diante de exercícios mais completos. A resposta está no entendimento da função do movimento e, principalmente, no cuidado com a sobrecarga.
Por que o ombro exige atenção redobrada?
O ombro é a articulação mais móvel do corpo humano, o que garante grande amplitude de movimento, mas também aumenta sua instabilidade. De acordo com o Dr. Carlos Henrique Ramos, ortopedista e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC), essa característica torna a região mais vulnerável quando exposta a movimentos repetitivos e cargas excessivas.
Por isso, durante o treino de ombros, o controle da carga e da execução é fundamental para evitar lesões, especialmente em exercícios que isolam a articulação.
O que a elevação frontal realmente trabalha
A elevação frontal tem como principal alvo o deltoide anterior, porção frontal do ombro. O problema é que esse músculo já é amplamente recrutado em exercícios multiarticulares como supino reto, supino inclinado e desenvolvimento com halteres ou barra.
Estudos publicados no Journal of Strength and Conditioning Research mostram que o deltoide anterior apresenta alta ativação nesses movimentos compostos, o que explica por que a elevação frontal nem sempre é necessária em um treino bem estruturado.
Quando a elevação frontal pode ser útil
Apesar de não ser indispensável, a elevação frontal pode ter espaço em situações específicas, como treinos com foco estético, fases de menor volume de exercícios compostos ou quando há necessidade de melhorar a consciência corporal e o controle do movimento.
Nesses casos, o cuidado principal deve ser com a carga. “É muito importante não exagerar nos pesos, realizando o movimento correto e respeitando a amplitude do exercício, de preferência com a supervisão de um profissional”, alerta o Dr. Carlos Henrique Ramos.
Vale incluir no treino?
Para a maioria das pessoas, a elevação frontal não precisa ser prioridade. Em muitos casos, ela p ode ser substituída por exercícios mais completos, que trabalham o ombro de forma integrada e com menor risco de sobrecarga. O que define sua utilidade é o contexto do treino, o volume total de estímulo no ombro e, principalmente, a forma como é executada.





