Como usar o efeito EPOC a favor do emagrecimento
Dependendo do tipo de treino, é possível potencializar a queima calórica do corpo por até 48 horas!
Você já deve ter escutado por aí que os exercícios físicos podem estimular o organismo a queimar mais calorias até depois do esforço. Mas por que exatamente isso ocorre, e como potencializar ainda mais esse efeito, o chamado efeito EPOC?
EFEITO EPOC
A sigla, em inglês, significa Excess Postexercise Oxygen Consumption (Consumo Excessivo de Oxigênio Pós-exercício, em tradução livre). De acordo com o personal trainer Waldyr Maciel, gestor técnico da academia Les Cinq Gym @lescinqgym, em São Paulo, esse processo ocorre após um treino metabólico perfeito, que une todos os elementos que precisamos para carregar metabolicamente o corpo e torná-lo um “queimador” de gordura eficaz para a vida.
Mas o que exatamente isso significa? Após um estímulo intenso de uma atividade física, o organismo sofre certos “desgastes” musculares, metabólicos, hormonais e bioenergéticos. Tais desgastes são produzidos pelo catabolismo corporal (ou seja, parte do metabolismo que degrada a matéria orgânica para obter energia).
“Após o esforço físico, utiliza-se uma taxa maior de energia que o normal para a recuperação dos desgastes produzidos durante o treino. Assim, quando você eleva o metabolismo em uma atividade física que exige o máximo de esforço, o organismo continua queimando calorias em uma velocidade mais alta que a normal, mesmo após o término do exercício”, explica o especialista.
Quanto mais fizermos uso de treinamentos que estimulem esse processo, melhoramos consideravelmente as nossas funções fisiológicas (manutenção e funcionamento dos sistemas nervoso, pulmonar, cardiovascular e músculo-esquelético) em repouso. “Isso possibilita também um aumento do VO2Máx: maior taxa de consumo de oxigênio que podemos atingir ao realizar exercícios exaustivos.”
COMO AUMENTAR O EFEITO EPOC
O tempo do efeito EPOC pode variar. Atividades aeróbicas (uma caminhada de uma hora, por exemplo), podem manter o gasto energético a todo vapor por cerca de uma hora após o término do treino (dependendo do perfil do praticante, é claro).
Já a musculação é capaz de estender esse período por 12 ou até 24 horas. Mas o campeão é o HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade): com ele, é possível manter o metabolismo elevado cerca de 48 horas depois da sessão!
“Os treinos de alta intensidade com intervalos curtos — como o HIIT — elevam bastante os batimentos cardíacos, levam ao cansaço em poucos minutos e, como produzem mais substâncias resultantes do processo metabólico, exigem mais tempo do corpo para se recuperar. Por isso, o EPOC é maior”, afirma Waldyr Maciel.