Pensa que só os pés trabalham enquanto você corre? Que nada. O corpo inteiro precisa estar na posição certa durante o exercício. E se não estiver? “Além de causar dores e do risco de contusões, a postura incorreta interfere no rendimento e faz a pessoa se cansar mais”, comenta a professora Clarice Penna Firme, da Cia. Athletica, no Rio de Janeiro. Esses são bons motivos para você manter a linha e escapar de erros comuns.
Posições corretas:
Braços
“Os cotovelos devem estar flexionados formando um ângulo de 90 graus, com o punho relaxado, a fim de ajudar no equilíbrio e na impulsão do corpo para a frente”, explica Sidney Schapiro, ortopedista especializado em traumatologia do esporte.
Costas
Devem estar em alinhamento perfeito com o pescoço (relaxado, olhando para a frente), os ombros (abertos e soltos) e os quadris (encaixados). “O tronco pode estar levemente inclinado para a frente quando o objetivo é ganhar velocidade”, acrescenta Clarice Penna Firme.
Abdômen
Nem completamente relaxado, de maneira a entortar as costas, nem totalmente contraído, porque aí o corpo fica tenso e o movimento prejudicado. “A barriga levemente contraída ajuda a endireitar a região lombar e a esticar as costas, tornando o movimento mais eficiente”, diz Clarice.
Joelhos
Cada vez que a perna é lançada para trás, dobre os joelhos. “Assim, você compensa a sobrecarga que a articulação sofre a cada contato com o chão e previne traumas por esforço repetitivo”, orienta a personal trainer Simone Diniz.
Pés
“A cada passada, o certo é tocar o solo primeiro com o calcanhar, transferir o peso para a planta do pé e, então, para os dedos, dando impulso para o passo seguinte”, descreve Moisés Cohen, diretor do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte, em São Paulo.
Os erros mais frequentes
Até quem corre há algum tempo acaba se distraindo e repetindo alguns vícios. Fuja deles!
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Pisar com o pé inteiro no chão: isso significa sobrecarga nos joelhos, tornozelos e coluna, uma vez que não acontece a distribuição do choque ao longo da passada.
Tocar o solo primeiro com a ponta dos dedos: “É uma maneira de acelerar o movimento, porém sobrecarrega o músculo tibial anterior, que fica na parte da frente da perna“, afirma Lafayette Lage, ortopedista especializado em medicina esportiva.
Dar passadas muito curtas: “Quanto maior o passo, maior é a economia de movimento e mais a pessoa vai avançar no percurso, além de evitar lesões nas articulações dos joelhos e dos tornozelos por esforço repetitivo”, avisa Clarice Penna Firme.
Projetar o pescoço à frente ou correr olhando para o chão ou para o lado: qualquer uma dessas situações gera tensão na coluna e, com o tempo, dores), além do desalinhamento das costas.
Deixar os braços totalmente soltos para baixo: atrapalha a impulsão do corpo e a coordenação dos movimentos dos membros inferiores com os superiores, que é o que garante o ritmo da corrida. E mais: nessa posição, os ombros vão para a frente, desequilibrando a postura.
Correr com os ombros abertos demais: o peitoral é levado para a frente, o que projeta os quadris para trás e sobrecarrega a lombar.