Equilíbrio

Dany Sá: conheça a brasileira referência do Ashtanga Yoga

Um dos nomes mais fortes na modalidade conta como começou e evoluiu na técnica

por Ana Ferreira Atualizado em 20 ago 2021, 09h37 - Publicado em
11 ago 2020
08h59
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(Oksana Taran/Reprodução)

“A vida realmente é um mistério e tudo acontece no momento certo, de acordo com a ordem divina”. Esta foi a frase usada por Dany Sá – professora de Ashtanga Yoga e um dos nomes mais fortes desta linhagem no Brasil — ao revelar sua primeira gestação há pouco mais de um mês nas redes sociais. Estas mesmas palavras se aplicariam perfeitamente na descrição de sua história no yoga, iniciada há quase duas décadas e que a transformou em um dos nomes mais reconhecidos pelos praticantes da vertente, com mais de 80 mil seguidores no Instagram.

Foi em 2002 que a prática passou a fazer parte de sua vida de uma forma totalmente inesperada. Bailarina clássica formada em 1998, a carioca viu sua trajetória mudar completamente quando, em apenas dois anos, uma atividade até então desconhecida por ela se transformou em profissão.

Quando começou a descobrir sua identificação com o yoga, Dany ainda trabalhava com a dança. Mas, como ela mesma define, foi um processo muito natural e rápido para se tornar professora.

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(Fábio Kerr/Reprodução)

“Entre uma viagem e outra com a companhia de dança que eu trabalhava, conheci uma academia no Rio de Janeiro, onde tinham diversos tipos de atividades. Eu fazia todas as aulas nesta academia. Vi que tinha de yoga e decidi tentar pela primeira vez”, relembra.

“Gostei muito e acabei começando a fazer todos os dias. Era a hatha yoga e, mesmo não sendo uma academia especializada, o professor era muito bom.”

Com frequência diária nos treinos, a até então bailarina passou a se destacar entre os alunos, sendo convidada para se tornar assistente do professor — tarefa que a levou a dar sua primeira aula pouco tempo depois.

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“Foi tudo muito rápido. Uma aluna pediu uma aula particular para o meu professor, mas ele ia viajar. Foi quando ele perguntou se eu não queria ir no lugar dele e eu topei. Depois disso, comecei a dar algumas aulas”, conta.

“No início foi muito desafiador. Eu, por ser bailarina, achava que seria fácil. Mas não foi. Bailarina tem aquela coisa de perfeição, e o yoga é totalmente diferente disso. A respiração, as posições… Tive que me desconstruir para conseguir fazer. Porque yoga é isso, né? Um processo de desconstrução.”

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Vida nova e busca por conhecimentos

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(Oksana Taran/Reprodução)

A vivência como professora em academias fez com que Dany mergulhasse cada vez mais no universo do yoga. “Comecei a estudar e ler livros sobre o tema até que, em 2005, me formei como professora de Hatha Yoga com o Pedro Kupfer.”

Ainda no mesmo ano, ela sentiu a necessidade de ir à Índia conhecer a prática mais de perto, em sua própria essência. Para isso, organizou uma viagem de turismo onde poderia conhecer o local, mas também ter aulas diariamente.

De volta ao Rio de Janeiro, Dany seguiu com seus estudos até que, com a chegada do professor inglês Matthew Vollmer ao Brasil em 2006, acabou experimentando o Ashtanga e se encantando pela linhagem.

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Passados cinco anos de dedicação ao estilo, Dany finalmente decidiu fazer sua primeira visita à cidade de Mysore, no sul da Índia, para conhecer as raízes do Ashtanga.

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Foi nesta viagem, em 2011, que a carioca teve o primeiro encontro com seu atual professor, Sharath Jois, neto do falecido Pattabhi Joi — o primeiro mestre de Ashtanga no ocidente, no começo da década de 70.

A experiência, é claro, a levou a querer se envolver cada vez mais com o yoga. “Desde então, comecei a ir mais vezes para Mysore e recebi a autorização internacional para ensinar o método pelo Instituto de Mysore (KPJAYI)”, relembra.

Toda essa dedicação aos estudos e a prática levou Dany a um caminho cheio de realizações.

Além de ter se tornado um dos nomes mais importantes e conhecidos do Ashtanga no Brasil, ela foi autorizada por seu mestre em 2013 a ensinar o nível 2 do método a seus alunos e ainda abriu seu próprio espaço no Leblon, no Rio de Janeiro.

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A nova fase de Dany Sá

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(Oksana Taran/Reprodução)

Hoje, o Ashtanga faz parte da vida de Dany integralmente. Além de praticar logo pela manhã, quando acorda, ela ainda passa o dia acompanhando seus alunos virtualmente.

“Eu sempre pratico sozinha de manhã, então consegui manter minha frequência normal, independente desse período da pandemia.”

O que a professora de yoga não esperava, contudo, é que teria uma surpresa este ano. Aos 43 anos, Dany ficou grávida pela primeira vez. Como contou, a gestação não foi planejada, porém muito bem vinda.

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Mesmo com essa grande mudança em sua vida, não está nem um pouco nos planos da carioca se despedir da prática que a acompanha há tantos anos. Muito pelo contrário!

“Tudo continua igual. Na verdade, eu tive que fazer algumas adaptações nos meus treinos, então estou fazendo movimentos não tão complexos, até porque também tem o peso da barriga e a segurança. Mas eu vou continuar praticando até o dia que eu parir! Com as adaptações necessárias, mas vou fazer até o último dia que eu puder.

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Ashtanga na pandemia

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(Fábio Kerr/Reprodução)

Em tempos difíceis e cheios de dúvidas, como os que vivemos hoje, uma coisa é certa: agora, mais do que nunca, as atividades físicas têm sido verdadeiras aliadas da saúde das pessoas – seja oferecendo equilíbrio e foco, ou até mesmo atuando como uma válvula de escape.

Dany, como tantos outros profissionais da área, é prova disso. Mesmo em meio ao momento conturbado em que vivemos, ela consegue levar a seus alunos momentos de reflexão, unidos a trabalhos corporais através de suas aulas, os ajudando a manter o equilíbrio físico e mental.

Assim como muitos professores, a carioca tem a internet como sua principal aliada neste período de pandemia. As práticas, que antes eram presenciais em seu estúdio no Leblon, no Rio de Janeiro, passaram a acontecer de forma online.

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“Eu gosto de estar presente na aula, para observar bem o aluno, mas com a pandemia tive que me acostumar com as aulas online”, conta.

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“Ainda não voltei a atender meus alunos presencialmente, até porque muitos deles ainda não se sentem confortáveis para ir ao estúdio. Vamos voltar, mas vai ser um processo. Em breve, vou começar a abrir alguns horários de aulas para aqueles que queiram retornar, mas com a grade reduzida.”

Mesmo que à distância, a prática do Ashtanga ainda continua oferecendo os benefícios já conhecidos nos encontros presenciais.

“No 1º passo, você já consegue purificar o corpo. Ela traz mais saúde, força e equilíbrio, além de foco e estabilidade mental”, lista Dany.

Muito além de apenas trabalhar técnicas de posturas e respiração, este estilo compreende oito passos que trazem princípios éticos e morais, trabalho de respiração, controle de sensações, meditação, concentração e parte física.

Os 8 passos do Ashtanga Yoga

1º: YAMA – observâncias e disciplinas morais.

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2º: NYAMA – compromisso e disciplinas pessoais.
3º: ASANA – postura física.
4º: PRANAYAMA – Controle da respiração.
5º: PRATYAHARA – abstração dos sentidos.

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6º:. DHARANA – concentração.
7º: DHYANA – meditação.
8º: SAMADHI – iluminação, libertação.

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Leveza no prato

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(Fabio Kerr/Reprodução)

Seguindo sua filosofia de vida, Dany leva o equilíbrio também para as refeições do dia a dia. Para isso, professora de Ashtanga conta com a ajuda de uma profissional para manter uma dieta saudável.

“Eu procuro ter um alimentação equilibrada e ouvir o que meu corpo precisa a cada dia. Tenho uma alimentação basicamente vegetariana [ela ainda come peixe], sem restrição de nenhum tipo de alimento”, conta.

“Depois dos 40 [anos], senti a necessidade de procurar uma nutricionista para ver como estavam minhas taxas de vitaminas e sais minerais. Ela me ajuda na minha organização alimentar.”

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Confira abaixo o cardápio da professora:

Um dia na alimentação de Dany Sá

Café da manhã:

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• Café preto com leite vegetal
• Panqueca proteica feita com ovo, aveia e água, recheada com abacate.

Lanche da manhã:

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• Castanhas
• Suco de fruta ou água de coco

Almoço:

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• Arroz
• Feijão
• Legumes variados

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• Alguma proteína (cogumelo, ovo ou peixe grelhado)

Jantar:
• Sanduíche de pão árabe ou tapioca recheados com hummus e legumes.

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Aula de Ashtanga Yoga com Dany Sá

Abaixo, você confere uma aula da prática com Dany. Ela é de seu canal no YouTube, que conta com mais de 33 mil inscritos.

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