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Vício em redes sociais: sintomas e como tratar

Entenda como lidar com o vício em redes sociais, cultivando uma relação saudável e preservando o bem-estar mental

Por Luisa Restelli
Atualizado em 21 out 2024, 17h29 - Publicado em 29 set 2024, 18h00

O vício nas redes sociais pode influenciar na qualidade do sono, na ansiedade, na depressão. E, além disso, pode gerar distorção da autoimagem, prejuízo nas interações sociais, cyberbullying e nos danos à autoestima.

Alguns pontos podem estar relacionados à dificuldade de desgrudar das telas, por exemplo:

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Os Prejuízos do Vício em Redes Sociais

Pare um instante para refletir:

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Muitas vezes, o mergulho no virtual ocorre por uma busca inconsciente em não sentir. Um contato mais profundo e conectado com você pode trazer desconfortos e percepções de emoções e situações presentes desagradáveism, mas isso é importante.

Questões mal elaboradas e a falta de costume em lidar consigo mesma, bem como a vontade de não sentir determinadas emoções, podem apontar para um caminho de entorpecimento pelas redes sociais.

Quando estamos nas telas, muitas vezes esquecemos até que temos um corpo, perdendo o contato com a própria presença no mundo real. Assim, o ambiente ao redor fica turvo, e apagado.

Desconectamo-nos do que se passa aqui para estarmos lá, dentro do mundo virtual. Desse modo, o excesso pode tornar-se uma fuga da realidade, uma forma de desconectar do contato com a vida presente, possivelmente angustiante, e não querer lidar com ela.

Raízes do Vício: Entendendo a Dependência das Telas

Eu não estou buscando condenar o meio virtual como algo que necessariamente adoece, mas quero, sim, levantar reflexões sobre o uso excessivo e viciante.

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Vivemos em uma sociedade cada vez mais habituada a suprimir ao máximo os desconfortos. Ou seja, tudo o que gera incômodo, tentamos anestesiar.

Há uma busca pela solução imediata da dor, mesmo que, para isso, envolva não lidar com a causa da dor, mas sim adormecer os sintomas. Da mesma forma, lidamos com as nossas questões e dores emocionais.

A ideia de não tocar para não sentir é equivocada. Para remediar uma ferida, é preciso tocá-la e fazer o curativo. Quando nos anestesiamos para não sofrer, apenas postergamos. Isso porque o sofrimento e a dor seguem presentes, guiando a vida de forma inconsciente.

Outra forma de vício nas redes e uma grande responsável pela procrastinação é a busca por prazer imediato. Assim como não queremos lidar com os desconfortos, queremos sentir prazer o máximo possível.

Desse modo, abrir mão do prazer para lidar com a vida presente, que pede compromissos, tarefas e rotinas muitas vezes maçantes, pode fazer com que você não queira sair das telas.

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Dopamina: a química do vício nas redes sociais

Estudos demonstraram que o uso das redes sociais estimulam a liberação de dopamina, um neurotransmissor essencial para o bom funcionamento do cérebro e da motivação que atua no centro de recompensa.

Contudo, o uso excessivo daquilo que dispara a dopamina gera uma hiperestimulação em sua produção.

Quando isso ocorre, aquilo que nos gerava prazer fica menos estimulante e precisamos de mais estímulo para sentir o mesmo nível de prazer, levando ao vício e, também, a certo anestesiamento.

Como ter uma relação mais saudável com as redes sociais

Agora que você entendeu o problema, é hora de repensar e redefinir seu relacionamento com as plataformas digitais.

Por isso, a partir daqui vamos explorar estratégias para estabelecer uma conexão mais saudável com as redes sociais, buscando equilíbrio entre o mundo virtual e a vida real, priorizando o bem-estar e a presença consciente.

1

Mapeie o que está por trás do vício.

Para além do vício químico, qual é o motivador do excesso de uso das redes? Qual o sistema de recompensa que é ativado no seu corpo?

O que as redes sociais estão preenchendo na sua vida? No mais profundo, do que você pode estar fugindo do contato para não sentir?

2

Analise profundamente sua rotina, escolhas e estilo de vida

Seria possível modificar algo para o dia ser mais prazeroso ou menos penoso? Ou então, o que você poderia incluir que te traga mais bem-estar?

Se existe uma fuga ou busca de prazer imediato nas redes, do que exatamente você está fugindo? Existe algo que possa melhorar essa realidade?

3

Trace estratégias que atuem nos pontos mapeados por você

Se você reconhece do que esse comportamento busca preencher, pode reconhecer algo que te supra na mesma questão.

Por exemplo, se o ponto for a busca por prazer imediato: que tal se propor a, ao invés de procrastinar nas redes sociais, se comprometer a terminar tudo o que tem para fazer o mais rápido possível para que te sobre tempo para uma atividade realmente prazerosa?

Para isso, também vale se perguntar: O que te dá prazer? Como você coloca o prazer em sua vida diária? Quanto de espaço no seu dia você dedica a você e ao seu autocuidado e bem-estar? Mesmo com uma rotina corrida, como seria possível reservar algum momento para você?

4

Qual é o seu contexto?

Cada pessoa tem uma realidade única e específica. Por isso, é preciso olhar a fundo cada caso para compreender o contexto como um todo.

O caminho de autoconhecimento e autocuidado é essencial para encontrar compreensões, contornos e soluções viáveis para se sentir bem sem precisar mergulhar excessivamente na realidade virtual que nos tira da presença.

5

Faça terapia

A Psicoterapia é um suporte e orientação essenciais para compreender a base do comportamento e encontrar caminhos de solução e elaboração do vício e de sua base.

O psicólogo, junto a uma escuta ativa e um trabalho verbal e vivencial, trará ferramentas para cuidar dessas questões com clareza, acolhimento e segurança.

6

Inclua na rotina atividades offline e cultive relacionamentos fora das redes

Estabeleça momentos de desconexão e limites no tempo de uso de redes sociais. Essa é uma estratégia importante para equilibrar os excessos, fortalecendo vínculos fora do digital e aumentando a capacidade de estar presente, conectado consigo mesmo e com o seu redor.

Poder desacelerar, encontrar prazer em outras atividades e criar esse equilíbrio saudável entre o virtual e o real é fundamental para a manutenção da saúde e para lidar com o vício.

Luisa Restelli

Psicóloga, Psicoterapeuta Corporal e Consteladora Familiar Sistêmica. Realiza atendimentos individuais e de casal no RJ e online e ministra grupos terapêuticos e palestras.

luisarestelli.psi@gmail.com

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