Ao sentirem tontura e zumbido no ouvido, em um primeiro momento, é comum as pessoas acreditarem que sofrem com labirintite ou que estão enfrentando algum descontrole emocional. No entanto, a verdade é que esses dois sintomas podem indicar uma série de problemas de saúde e devem ser investigados, especialmente quanto se tornam recorrentes e constantes.
Uma das especialidades médicas mais indicadas para você procurar se estiver com tontura e zumbido no ouvido é a otoneurologia, que é desconhecida por muitos.
“Ela tem como foco as estruturas do labirinto e suas conexões com o sistema nervoso central, atuando na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de disfunções e condições associadas à tontura, ao desequilíbrio, à vertigem, ao zumbido e à perda auditiva“, explica a Dra. Nathália Prudencio, otorrinolaringologista especialista em tontura e zumbido.
De acordo com Prudencio, a otoneurologia trata da “conversa” entre as estruturas que estão dentro da orelha interna e as estruturas que fazem parte do nosso cérebro.
“Entre várias outras causas, sintomas como zumbido e tontura são frequentemente desencadeados por alterações nessas estruturas ou na condução dos estímulos nervosos entre elas e o cérebro, sendo também possível a influência de aspectos neurológicos no quadro”, diz.
“Sabemos hoje, por exemplo, que pacientes com zumbido no ouvido apresentam uma maior atividade em determinadas regiões do cérebro que estão relacionadas à audição”, completa ela.
O que pode ser tontura e zumbido no ouvido?
A Dra. Nathália lista os principais problemas que podem provocar as duas situações:
- Vertigem Posicional Paroxística Benigna (Tontura dos Cristais);
- Tontura Postural Perceptual Persistente (Vertigem Fóbica);
- Enxaqueca Vestibular;
- Labirintite;
- Doença de Ménière;
- Neurite Vestibular;
- Cinetose;
- Perda auditiva;
- Alterações musculares e cardiovasculares;
- Bruxismo;
- Disfunção Temporomandibular (DTM);
- Infecções;
- Problemas na coluna.
“Quanto antes um especialista for procurado, mais rápido teremos um diagnóstico preciso e uma estratégia de tratamento eficaz para evitar a progressão do sintoma”, alerta.
Como é feito o diagnóstico?
Além de envolver a história do paciente e o exame físico, o diagnóstico também pode depender de exames complementares para avaliar os sistemas auditivo, vestibular e nervoso central.
“No caso da tontura, em que grande parte das doenças causadoras deste sintoma são de diagnóstico clínico, os exames complementares podem ser utilizados para nos dar pistas sobre a causa da doença e devem ser sempre avaliados junto ao contexto clínico do paciente. Por isso, a avaliação clínica do paciente em consultório, ou seja, o seu histórico de saúde e a história que ele conta na consulta, é fundamental para o diagnóstico”, conta a especialista.
A médica afirma que os dados apontam uma prevalência de 15 a 20% do zumbido na população, e a tontura pode chegar até 40% dependendo da faixa etária avaliada.
“O otoneurologista pode ser consultado imediatamente pelo paciente com queixas de sintomas como tontura (desequilíbrio, desorientação espacial ou tontura ao levantar, por exemplo); vertigem (sensação de ver tudo girar ou balançar); quedas recorrentes (associadas à tontura e à vertigem); zumbido no ouvido (ouvir um som sem nenhuma fonte de estímulo externa); alterações auditivas (como perda de audição ou sensação de ouvido tapado); desconfortos no ouvido (como coceira, dor, secreção ou inchaço)”, conclui ela.