O seroma é uma condição pós-operatória muito comum que se caracteriza pelo acúmulo de líquido próximo à incisão cirúrgica.
“É um líquido claro, normalmente transparente ou amarelado, semelhante ao plasma sanguíneo”, afirma o Dr. Rubens Volpato, cirurgião plástico do Grupo Bigolin Volpato.
O Dr. Felipe Simões Pires, cirurgião plástico e cofundador da Clínica Dominique, afirma que “qualquer procedimento cirúrgico que envolva uma incisão na pele e algum tipo de descolamento pode resultar em acúmulo de líquido”.
Por que o seroma acontece?
De acordo com o Dr. Josué Montedonio, cirurgião plástico, o seroma acontece como uma resposta natural do corpo ao trauma cirúrgico.
“Durante a cirurgia, alguns pequenos vasos, sejam eles sanguíneos ou linfáticos, podem ser rompidos. E esses vasos podem acabar liberando esse líquido que se acumula nos espaços criados pelo procedimento. Na tentativa de curar, de cicatrizar e de preencher esses espaços, o organismo reage produzindo esse líquido de forma excessiva”, explica Montedonio.
Como é o tratamento do seroma?
Muitas vezes, o seroma é absorvido pelo próprio corpo ao longo do tempo, sem a necessidade de nenhum tratamento específico, o que pode levar cerca de 10 a 21 dias.
No entanto, existem casos nos quais é preciso realizar uma drenagem do líquido acumulado.
“Geralmente, isso é feito por meio de uma punção com agulha. Em algumas situações, utiliza-se o auxílio de uma ecografia de ultrassom, mas a punção pode ser guiada apenas pela palpação. É um tratamento rápido e indolor”, detalha o Dr. Felipe.
“Há seromas tardios que demoram mais tempo para se resolver e podem necessitar de uma intervenção cirúrgica adicional, porém, é muito raro”, completa o cofundador da Clínica Dominique.
Para tratar o seroma, também é recomendada a compressão local. “Bandagens ou fitas (taping) podem ser usadas para comprimir a região, reduzindo o espaço e diminuindo o acúmulo de líquido”, fala Pires.
Como evitar seroma após a cirurgia?
Os cuidados para prevenir o seroma devem ser tomados desde o pré-operatório. “É essencial que o paciente esteja bem nutrido e sem déficits de vitaminas, pois isso contribui para a redução da incidência de seroma após o procedimento”, conta o Dr. Rubens.
No pós-operatório, é fundamental usar malhas e placas compressivas, fazer sessões de fisioterapia, respeitar o tempo de recuperação, evitar esforços intensos e manter uma boa alimentação.
“Nos primeiros dias após a cirurgia, para prevenir o acúmulo de líquido e a formação de um espaço abaixo da pele, podemos utilizar drenos ou sondas“, acrescenta o Dr. Felipe.
“Ao notar um seroma, é preciso entrar em contato com o médico que realizou a cirurgia. Agir rapidamente contribui para que não ocorram complicações”, conclui Volpato.