Seja por causa das redes sociais, seja por conta da rotina de exercícios físicos, fala-se muito sobre a dopamina. Porém, mais do que um termo médico utilizado à exaustão para falar sobre os mecanismos de prazer do cérebro, essa substância tem funções muito mais importantes do que se imagina.
QUAL A FUNÇÃO DA DOPAMINA?
A dopamina é um neurotransmissor pertencente à família das catecolaminas. Ela é liberada em várias partes do cérebro e atua em diferentes funções. Por exemplo, ela leva informações de um neurônio a outro, regulando o humor, sensação de prazer, compensação e regula algumas funções endocrinológicas, como o apetite.
“A dopamina está relacionada com o chamado sistema de recompensa, que é um circuito neuronal no cérebro que influencia diretamente as nossas emoções”, explica a Dra. Paula Pires, endocrinologista pela SBEM. “Esse sistema garante a motivação para realizar certas atividades, como a sensação de felicidade quando comemos ao ter fome. Quando os neurônios desse sistema são ativados, eles liberam a dopamina em regiões específicas do cérebro, causando o aumento da sensação de prazer.”
É por causa desse mecanismo, aliás, que as redes sociais se transformaram no fenômeno que elas são hoje: ficamos viciados em likes, em drogas e até mesmo em comidas calóricas por conta do sistema de recompensa desencadeado pela dopamina.
QUANDO A DOPAMINA É LIBERADA?
Mas o que estimula a produção de dopamina? Justamente os momentos prazerosos que vivemos. Pode ser a alegria de receber um like em uma foto nova que você postou, a sensação que tem ao comer um bolo gostoso, até mesmo o prazer que sentimos ao transar com alguém ou durante a masturbação.
Com isso em mente, fica fácil entender porque a dopamina está diretamente ligada ao sistema de recompensa do nosso cérebro. Ouvir uma música que você gosta, trabalhos manuais e até mesmo o cheiro de um bolo que você está assando no forno podem desencadear a liberação dessa importante substância, que possui inúmeras funções no nosso organismo, como aumentar a motivação, o foco e a concentração.
ALIMENTAÇÃO X DOPAMINA
Aliás, a conexão da dopamina com a alimentação vai além dos alimentos calóricos. Existem, de fato, uma série de itens que podem colaborar para a nossa sensação de bem-estar gerada pela liberação desse neurotransmissor no organismo. Você sabe, por exemplo, qual a fruta que tem mais dopamina? Abacates e bananas. Veja, abaixo, onde encontrar a dopamina com uma lista de outros alimentos ricos em tirosina, que colabora para aumentar os níveis desse neurotransmissor no organismo:
- Ovos
- Peixes
- Carnes
- Feijão
- Soja
- Sementes de abóbora
- Gergelim
- Laticínios, como leite, queijo e iogurte
- Abacates
- Bananas
EXCESSO DE DOPAMINA EXISTE?
Uma pergunta importante: é possível sofrer de excesso de dopamina? E a resposta é “sim”. “A esquizofrenia está relacionada com os níveis de dopamina no cérebro”, explica a Dra. Paula. “Esse transtorno é provavelmente decorrente de níveis elevados ou então desregulados de dopamina no cérebro. Diante disso, o tratamento para esquizofrenia inclui fármacos que bloqueiam os receptores de dopamina.”
Todo mundo gosta de sentir prazer e ter momentos proveitosos, porém, a dopamina em excesso pode levar a quadros como o descrito acima ou pode, ainda, desencadear uma série de comportamentos que, a longo prazo, são prejudiciais para a vida de alguém.
Veja alguns sintomas de excesso de dopamina:
- Buscar sempre atividades que desencadeiam prazer: ou seja, você tem uma tendência ao vício
- Ser muito extrovertida
- Ter momentos de agitação intensa, seja na fala, seja de pensamentos
- Sentir-se constantemente desconfiada das pessoas ou paranoica
- Costumar ter reações muito exageradas às situações cotidianas
- Você tem constipação com frequência
- “Comer os sentimentos”, isto é, ingerir alimentos calóricos por conta do seu estado emocional
- Dificuldade para dormir