Recentemente, Preta Gil apareceu em suas redes sociais fazendo exercícios físicos em casa. A cantora contou com o acompanhamento de um personal trainer e estava com sua bolsa de quimioterapia – acessório que permite que ela receba medicamentos para o câncer onde quer que esteja.
“Vai cansada mesmo, o importante é fazer! Vamos nos exercitar!”, disse na legenda. Após receber alguns comentários de seus seguidores, ela complementou com a explicação. ‘Mas Preta, você estava fazendo exercício, esteira, com a bolsinha de quimioterapia?’. Sim! Recomendação médica! É provado cientificamente que exercício físico durante a quimioterapia ajuda muito o paciente na fadiga, na recuperação, em não perder massa magra. Aí eu faço.”
Benefícios da atividade física durante a quimioterapia
Só quem já passou pela situação sabe das dificuldades, medos e incertezas que são enfrentados durante o tratamento. Contudo, algumas práticas podem ajudar nesse processo. É o caso da atividade física. “Antes, os médicos recomendavam repouso. Hoje em dia, a gente já sabe que o esporte traz benefícios para os pacientes”, explica a cardiologista Renata Castro, especialista em medicina esportiva da Clínica Care Club.
De acordo com a médica, as vantagens em aliar uma vida ativa com o tratamento da doença são inúmeras. A começar pelo lado social. Uma vez que a pessoa tem a oportunidade de conversar e interagir com grupos diversos e fazer amigos, ela pode diminuir sentimentos como solidão e medo.
Além disso, também há uma melhora da fadiga e até uma resposta mais positiva ao tratamento, dependendo do grau da doença. “Estudos atuais mostram que quem se exercita na véspera da quimioterapia sente menos os efeitos colaterais da sessão – que podem causar náuseas e mal estar profundos”, afirma Renata Castro.
E ainda há mais uma vantagem em investir na academia durante o processo de recuperação. Uma pesquisa publicada no JACC CardioOncology em 2019, apontou que as mulheres com câncer de mama que se exercitavam antes da quimioterapia apresentaram menores riscos de desenvolver doenças cardiovasculares depois dela (chances de 20% a 37% menores do que as que não praticavam nada). “É claro que cada paciente responde de forma diferente. Mas as sessões de tratamento do câncer de mama são focadas na região do tórax. Em alguns casos, isso pode afetar o coração. Por isso, fortalecê-lo com atividades aeróbicas é muito importante”, explica a cardiologista.