A erisipela é uma infecção que ocorre quando bactérias penetram no tecido cutâneo através de cortes ou feridas, se propagando rapidamente pelos vasos linfáticos. De acordo com a Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a condição afeta principalmente os membros inferiores, mas também pode acometer braços, abdômen e face.
Sintomas e fatores de risco
A Dra. Carol Mardegan, cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), revela que os principais sintomas da erisipela são: vermelhidão, inchaço, dor e aumento da temperatura na região, febre e calafrios.
“A causa mais comum é a entrada de bactérias por via de pequenas feridas ou lesões na pele, por exemplo, a micose entre os dedos. Outros fatores de risco incluem insuficiência venosa, lesões cutâneas, cirurgias recentes, obesidade e problemas circulatórios. A erisipela pode se tornar crônica ou recorrente em algumas pessoas, especialmente se esses fatores subjacentes não forem controlados adequadamente”, aponta Mardegan.
Tratamento
A erisipela não é um problema contagioso e seu tratamento, na maioria das vezes, envolve o uso de antibióticos em forma de comprimido, de analgésicos e de anti-inflamatórios.
Em casos mais graves, pode ser necessária a internação hospitalar, para que os medicamentos sejam administrados diretamente na veia.
“É importante também que o paciente repouse e mantenha o membro afetado elevado durante trinta minutos três vezes ao dia para diminuir a dor e o inchaço, além de deixar a área infectada sempre limpa“, fala Lamaita.
Geralmente, os sintomas melhoram em 10 dias após o início dos antibióticos. “É fundamental monitorar de perto a progressão da infecção e estar atento a possíveis complicações, especialmente se a infecção estiver próxima de órgãos vitais ou áreas sensíveis“, alerta a Dra. Carol.
Como prevenir?
Para evitar a erisipela, é indispensável manter a pele sempre limpa e hidratada, evitando feridas que possam atuar como porta de entrada para bactérias. Caso você se corte por acidente, a Dra. Aline orienta lavar o machucado com água e sabão, enxaguar bem e secar com uma toalha.
“Se você sofrer com onicomicoses, micoses interdigitais e de unha, é essencial consultar um dermatologista para realizar o tratamento adequado, uma vez que as bactérias podem acabar entrando no tecido cutâneo através dessas fissuras que se formam nos vãos dos dedos dos pés”, afirma Lamaita.
Além disso, é recomendado utilizar roupas e sapatos que protejam a pele contra lesões e picadas de insetos e não compartilhar itens de higiene pessoal, por exemplo, lâminas de barbear e toalhas.
Controlar outras condições médicas, como insuficiência venosa ou diabetes, também é fundamental para evitar a doença.
“Ao notar qualquer sinal de erisipela, é indispensável que você consulte um médico clínico ou um cirurgião vascular, pois apenas um profissional poderá realizar uma avaliação e indicar o que é melhor para o seu caso“, conclui a Dra. Aline.