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Fibromialgia: de cada dez pessoas com a doença, nove são mulheres

Ela ataca partes do corpo como pescoço e costas e atinge mais mulheres do que homens. Descubra causas e tratamentos

Por Larissa Serpa
Atualizado em 21 out 2024, 16h36 - Publicado em 12 jun 2021, 09h00
Carla Conte
Carla Conte (/)
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A fibromialgia, doença ainda sem cura, provoca dores generalizadas no corpo e atinge muito mais a ala feminina – de cada dez pessoas com fibromialgia, nove são mulheres.

No Brasil, o distúrbio leva quase cinco anos para ser diagnosticado, após a paciente ter consultado, em média, sete médicos.

Veja mais detalhes sobre esse problema e o que fazer para tratá-lo:

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O que é?

Trata-se de uma síndrome classificada como um tipo de reumatismo de partes moles (ou seja, não afeta ossos e articulações), que provoca dores no corpo todo: pescoço, costas, mãos e pés, por exemplo. Outros sinais são sono não repousante, cansaço, dificuldade de memorização e concentração e alteração de humor. Também podem ocorrer enxaqueca e desarranjos intestinais. Em mais de 50% dos casos, a depressão acompanha o distúrbio.

Qual a origem?

A causa exata ainda é desconhecida. Estudos apontam que está relacionada ao stress, sedentarismo e a um defeito do mecanismo de controle da dor, situado no sistema nervoso. É como se o cérebro tivesse um termostato desregulado. “Por isso, as pacientes com fibromialgia apresentam maior sensibilidade à dor do que as outras pessoas”, diz Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná. “A dor é real e não fruto da imaginação, como alguns acreditavam no passado”, completa o reumatologista Roberto Heymann, coordenador do Ambulatório de Fibromialgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Quem está mais suscetível a essa doença?

Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, de 80% a 90% dos casos atingem mulheres, mas ainda não se sabe por que elas são as mais afetadas. Existe também uma tendência de ocorrer mais fibromialgia entre membros da mesma família.

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Há como prevenir?

A atividade física regular parece ser a grande forma de prevenção. Porém, saber dosar o exercício e o repouso é um dos grandes desafios para as pacientes. “Quando se sentem melhores, muitas delas acabam abusando e aí passam a ter mais dor”, afirma Eduardo. Dormir em um quarto escuro, sem barulho, e evitar ingerir substância que possam interferir no sono (café, por exemplo) também ajudam bastante a controlar a dor.

Que fatores desencadeiam o problema?

Trauma físico ou psicológico (como um acidente de carro, um assalto, uma separação ou a morte de algum parente), alteração de humor (ansiedade e depressão), stress, mudanças climáticas ou infecções virais podem ser o estopim para a problema surgir. Normalmente ele aparece em pessoas de 30 a 50 anos.

Qual é o tratamento?

O tratamento inclui remédios, como antidepressivos e neuromoduladores, que ajudam a reduzir a sensibilidade à dor. Mas também é essencial fazer psicoterapia. Algumas pacientes se beneficiam com acupuntura. A prática de atividade física – de preferência, aeróbica e sem impacto (como caminhada e hidroginástica), de três a quatro vezes por semana, por 30 minutos – ajuda a manter a dor sob controle. Alongamento também é recomendável.

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Quando se deve procurar um médico?

Ao sentir dor em mais de uma parte do corpo por mais de três meses. O melhor médico a consultar nesse caso é o reumatologista – ele é o especialista que está mais apto a fazer um diagnóstico preciso.

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