Que atire a primeira pedra quem nunca sofreu com dores de cabeça depois de passar nervoso em um dia agitado e corrido. Acredite, isso não é uma coincidência qualquer, uma vez que existem uma relação entre estresse e enxaqueca.
Como explica Thais Villa, neurologista,neuropediatra e idealizadora da clínica Headache Center Brasil, a enxaqueca é uma doença crônica caracterizada pela hiperexcitabilidade do cérebro e com predisposição genética.
“A enxaqueca é uma doença crônica que atinge todas as idades, mas tem o ápice entre pessoas de 30 e 50 anos, acometendo, principalmente, as mulheres (devido a questões biológicas e hormonais)”, ela aponta, ressaltando que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de um bilhão de pessoas sofrem de enxaqueca no mundo.
Sintomas da enxaqueca
“A doença está no cérebro, que comanda o funcionamento de todo o organismo”, afirma Thais. Por esse motivo, o quadro pode gerar uma série de sintomas, como:
- Fotofobia (sensibilidade à luz, especialmente as brilhantes);
- Fonofobia (sensibilidade ao som, particularmente altos);
- Osmofobia (sensibilidade ao cheiro);
- Aura (alterações na visão);
- Dormência;
- Formigamento;
- Fraqueza de um lado do corpo;
- Dores no pescoço e ombros;
- Sensação de tontura ou vertigem;
- Zumbidos no ouvido;
- Náusea com ou sem vômitos;
- Pálpebras inchadas e olhos lacrimejantes;
- Obstrução nasal ou nariz escorrendo;
- Dor facial;
- Bruxismo;
- Taquicardia;
- Pressão alta ou baixa;
- Mal estar e cansaço;
- Dificuldade de concentração e memória;
- Alterações de humor.
Qual a relação entre estresse e enxaqueca?
Como explica a profissional, pessoas com enxaqueca já têm um cérebro mais excitado. Assim, passar por situações de estresse e preocupações podem piorar um quadro que ela já vive, deixando o cérebro ainda mais em sofrimento.
Como consequência, é comum notar uma presença maior de sintomas, apresentando mais dores de cabeça e os outros fatores citados acima, que podem ser provocados pela doença.
Há tratamentos para o quadro?
“Toda a pessoa com enxaqueca deve procurar por um neurologista especialista e fazer um tratamento da doença, que é complexa e tem muitas repercussões na vida do paciente, inclusive complicações vasculares (como risco aumentado para AVC e infarto), além de perdas na qualidade de vida, como alterações do sono e de humor, tendência à ansiedade, a problemas cognitivos e outras”, afirma Thais.
Por esse motivo, o tratamento deve ser realizado de forma integrada e multidisciplinar, que cuide do quadro como um todo – e não apenas do sintoma da dor de cabeça. “O tratamento individualizado deve combinar terapias com medicamentos de ponta e ajustes no estilo de vida”, finaliza a profissional.