Quem me conhece agora até duvida que um dia eu tenha chegado aos 107 quilos. Eu também desconfiaria, afinal minha pele se adaptou bem às novas medidas (acho que o exercício físico foi fundamental para evitar a flacidez). É verdade que a mudança foi enorme, mas não pense que ela foi rápida: levei um ano e meio para eliminar 40 quilos e reduzir meu percentual de gordura de 47 para 19%.
Há muito tempo, me consultava com uma nutricionista e tentava frequentar a academia. Já ouviu falar de autossabotagem? Eu tinha na cabeça que a musculação era o momento mais entediante do dia e que não havia problema em sair do cardápio algumas (muitas) vezes. Durante a faculdade, aposentei os patins – disputei campeonatos intermunicipais por anos – e vi o ponteiro da balança subir.
Com o casamento, a situação ficou crítica. No supermercado, comprava o que bem entendia e cozinhava enormes refeições mesmo em um dia comum. Eu e meu marido sempre adoramos nos arriscar com as panelas, o problema era o que colocávamos dentro delas. Quando batia a preguiça, pedíamos pizza. Antes do nosso segundo aniversário juntos, já havia ganhado 10 quilos.
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O estalo para a mudança só aconteceu com o desejo de ter um filho. Para aumentar as chances de sucesso na inseminação, o médico orientou que eu emagrecesse e me indicou uma endocrinologista. Foi aí que eu descobri o motivo da minha sonolência: tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que causa hipotireoidismo. A melhora viria com os medicamentos, é claro, mas também com um corte radical no cardápio: nada mais de açúcar, glúten nem lactose, que, segundo a médica, podem ‘provocar’ meu organismo e incentivar o seu sistema de defesa, inclusive o que age sobre a tireoide.
Percebi que precisava tomar uma atitude para o meu corpo melhorar. Comecei pela parte fácil: substituindo os produtos prontos pelas suas versões free, como macarrão sem glúten e iogurte sem lactose. Ainda bem que existem opções no mercado, mesmo em Sertãozinho, no interior de São Paulo, onde vivo. Só que sejamos sinceras: nada é bom o suficiente para ocupar o espaço de um pão francês recém-saído do forno, né? Por isso, fiz inúmeras promessas para conseguir seguir firme nas restrições. Meu paladar foi ficando mais flexível. Aprendi receitas para matar a vontade de massas, pães e doces. Para o meu aniversário, fiz um bolo de chocolate sem glúten com cobertura de biomassa de banana verde. Com o tempo, fui conhecendo meu corpo e o que me faz bem.
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Minha rotina de exercícios também mudou quando conheci o treinamento funcional. Me apaixonei pelo kettlebell, um acessório que trabalha pernas, braços e abdômen. Não morro mais de tédio. A cada mês, meu personal altera minha planilha com novos desafios. No início, malhava de domingo a domingo, mas agora restringi para quatro dias por semana (além da bike pela cidade como lazer).
Meu segredo para manter o shape e a empolgação é intensificar o ritmo dos treinos e aumentar o descanso entre eles. Até meu sono tem mais qualidade. Não passo mais por aquela tristeza de querer vestir uma roupa que está na moda e não encontrar meu tamanho. Fiz a maior festa quando comprei meu primeiro short 44. Jamais imaginei que um dia usaria um top cropped! Sei que nunca serei como a modelo Izabel Goulart, mas encontrei a melhor versão de mim – e estou muito feliz com ela.