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É possível reverter a vasectomia? Entenda as chances de sucesso

Médico afirma que a cirurgia de reversão de vasectomia é delicada. Saiba mais!

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 17h37 - Publicado em 18 abr 2024, 18h00

A vasectomia é um método contraceptivo permanente que impede que os espermatozoides, produzidos no testículo, cheguem até o fluído seminal ejaculado durante o orgasmo, impossibilitando a fertilização do óvulo e, consequentemente a gravidez.

“É uma cirurgia que envolve a interrupção de um pedaço do ducto deferente, que é o responsável por levar os espermatozoides dos testículos para eles serem ejaculados através do pênis”, explica o Dr. Rodrigo Spíndola, andrologista da Clínica Origen.

Mas afinal, se o homem mudar de ideia após a vasectomia e decidir ter filhos biológicos, será que é possível revertê-la?

É possível reverter a vasectomia?

Segundo o médico, sim, é possível fazer a reversão da vasectomia. Esse procedimento é realizado por uma microcirurgia e é considerado bastante delicado.

“A cirurgia de reversão da vasectomia dura um tempo prolongado, em torno de 3-4 horas, e é muito delicada. Isso porque, durante a intervenção, são manipuladas estruturas muito pequenas e frágeis, então, tem que ser tudo muito preciso e sem movimentos bruscos. A indicação envolve, além da decisão do casal, uma avaliação prévia das condições de saúde e da fertilidade de ambos os parceiros”, destaca o Dr. Rodrigo.

“Do ponto de vista médico, durante a cirurgia, que não envolve estruturas vitais, o paciente não tem muito risco. Na verdade, os riscos são aqueles relacionados à qualquer outra cirurgia, por exemplo, hematomas, inchaços, infecções e reações adversas à anestesia, mas essas ocorrências são bem raras”, completa.

Após a cirurgia, é recomendado tomar cuidado com a ferida no local, ficar em repouso por 7-10 dias, usar os analgésicos e antibióticos prescritos pelo médico e manter o acompanhamento clínico.

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Além disso, para garantir a cicatrização adequada, é necessário ficar pelo menos 30 dias sem relações sexuais e sem ejacular.

“O primeiro espermograma após a reversão é feito em 30 dias, e se, por ventura, não houver espermatozoides nesse primeiro espermograma, a gente repete o exame depois de um tempo”, conta ele.

Chances de sucesso

As taxas de sucesso da reversão dependem de alguns fatores, sendo que o principal deles é o tempo decorrido desde a vasectomia.

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Apesar de sempre ser possível reverter o procedimento, independente do tempo, pacientes com menos de 8 anos de vasectomia apresentam taxas acima de 90% de sucesso na reversão, enquanto acima de 10 anos, essas chances tendem a cair.

“O sucesso da reversão da vasectomia é ter espermatozoide após a ejaculação. Mesmo que o indivíduo ejacule 100 ou 200 espermatozoides, que, possivelmente, não vão ser suficientes para gerar um bebê de forma natural, a reversão foi feita com sucesso. Ou seja, o sucesso é definido com a passagem dos espermatozoides e não com a gravidez em si”, lembra o andrologista.

“Outros aspectos que influenciam são as coisas que aconteceram após a vasectomia, por exemplo, infecções nos testículos, no epidídimo ou na próstata, uso de certas medicações e diagnóstico de câncer e quimioterapia. Nesses casos, o paciente pode não produzir mais espermatozoide e a reversão, por não ser eficaz, não é recomendada”, acrescenta o especialista.

Ele ainda afirma que a experiência do profissional ao fazer o procedimento também pode afetar o sucesso da reversão. “É necessário que o cirurgião tenha experiência e que toda a equipe seja preparada tecnicamente”, revela.

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Fertilização In Vitro

Para homens que não podem ou não querem reverter a vasectomia, mas desejam ter filhos biológicos, uma alternativa é a fertilização in vitro. Afinal, a vasectomia não atrapalha a produção dos espermatozoides.

A coleta é realizada por meio de uma punção aspirativa do epidídimo ou de biópsia testicular, com chances de sucesso superiores a 95% na recuperação dos espermatozoides.

A escolha entre a reversão e a FIV é influenciada por vários fatores, incluindo o tempo de obstrução, a idade do paciente, expectativas do casal e a presença de condições que afetam a fertilidade feminina.

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“A avaliação do eixo hormonal e da saúde reprodutiva do homem é fundamental para que o tratamento dê certo. Se o paciente estava usando uma reposição hormonal, por exemplo, é necessário um tratamento prévio”, finaliza.

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