Condição que acomete cerca de 20% da população, segundo a Academia Brasileira de Rinologia, o desvio de septo acontece quando a estrutura que separa as duas narinas não é reta. Pode ser um distúrbio presente desde ou antes do nascimento, e também pode aparecer na infância, fase em que há o desenvolvimento dos ossos da face. Além disso, processos inflamatórios, infecciosos, alérgicos crônicos ou mesmo uma cirurgia podem provocá-lo, assim como traumatismos.
“O desvio de septo pode tanto ser assintomático, ou seja, a pessoa ter mas nunca saber, por não sentir nenhum incômodo decorrente da alteração, ou causar obstrução nasal, resultando em retenção das secreções, rinossinusite crônica e até mesmo sangramentos”, afirma o Dr. Victor Gebrim, médico especialista em otorrinolaringologia.
De acordo com ele, o distúrbio pode causar alguns desconfortos, entre eles, respiração pela boca, apneia do sono, cansaço, dor de cabeça e na face e dificuldade para dormir.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico adequado é fundamental para melhorar a qualidade de vida do paciente afetado, especialmente em casos nos quais existem sintomas, e deve ser feito por um otorrinolaringologista.
“O médico realiza um exame clínico que visualiza o interior das narinas e considera os s sintomas para identificar o quadro. É importante ressaltar que os desvios só representam um problema quando prejudicam a respiração do paciente. Além disso, o exame é muito importante para verificar se não existem outros fatores associados, como a presença de pólipos, tumores ou hipertrofia (inchaço) das estruturas laterais nasais chamadas de cornetos, que são quadros que requerem tratamento”, conta.
O Dr. Victor também ressalta que nem todo desvio exige a realização de um procedimento cirúrgico para ser tratado. “Não é sempre que os desvios de septo precisam de correção cirúrgica. A septoplastia somente é indicada se houver dificuldade na passagem do ar pelas vias aéreas. Além disso, no caso de cirurgia, é preciso verificar se existem outros fatores que estejam causando a obstrução nasal”.
A cirurgia pode ser realizada a partir da adolescência, porém, se houver um comprometimento importante da função respiratória, pode ser feita durante a infância. “No entanto, é importante observar que, ao realizar a cirurgia em crianças, o desvio pode retornar, pois o corpo ainda está em desenvolvimento”, destaca.