Na raio-X do BBB 24 da terça-feira (16), a participante Yasmin Brunet, que é modelo, atriz e influenciadora, desabafou a respeito da compulsão alimentar. “Eu estou completamente descompensada na alimentação, eu estou muito ansiosa. E eu já tive questões alimentares, então, eu estou depositando absolutamente tudo na comida, o que eu pensei que poderia acontecer, mas não achei que seria tão intenso como está sendo. Você se sente cheia e vazia ao mesmo tempo, e parece que o único momento em que eu não fico ansiosa é o que eu como, mas, logo em seguida, já vem de novo”, relatou.
No passado, a empresária já havia comentado sobre o distúrbio. “Na maioria das vezes em que eu estou triste, eu ‘tampo’ esse buraco emocional com comida”, disse ela, em uma entrevista gravada em 2017 ao lado da nutricionista Luna Azevedo.
Veja:
Continua após a publicidadeContinua após a publicidadeVer essa foto no InstagramContinua após a publicidadeContinua após a publicidadeContinua após a publicidade
O QUE É A COMPULSÃO ALIMENTAR?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 5% dos brasileiros sofre com a compulsão alimentar. “É uma doença mental caracterizada pela ingestão exagerada de alimentos em um curto período, geralmente, acompanhada por uma sensação de perda de controle. Durante esses episódios, a pessoa come em excesso, mesmo quando não está fisicamente com fome”, explica Camila Vasconcelos, nutricionista pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
A compulsão alimentar pode impactar significativamente na saúde mental e física da pessoa afetada. “Além do potencial ganho de peso, pode desencadear sentimentos de culpa, vergonha, ansiedade, problemas de autoestima e hábitos alimentares prejudiciais“, alerta a profissional.
Existem vários gatilhos que podem provocar a compulsão alimentar, e as emoções desempenham um papel significativo nesse processo. “São por meio de gatilhos emocionais que a doença é desencadeada, por exemplo, estresse, raiva, tristeza, sentimento de vazio ou tédio e situações de conflito de convívio social”, esclarece a Ramiele Calmon, nutricionista e mestre em nutrição, especialista em saúde da mulher e da qualidade de vida, especialista em climatério e menopausa e mestre em segurança alimentar
“A relação entre emoções e compulsão alimentar é complexa e multifacetada. Episódios de ansiedade, tristeza e outras emoções negativas podem contribuir para crises de compulsão alimentar de diversas maneiras, como usando os alimentos como mecanismo de coping emocional, ou seja, como uma forma de lidar com emoções difíceis. Ou como recompensa psicológica, em momentos de ansiedade ou tristeza, a busca por alimentos com bastante açúcar e ricos em gordura pode estar relacionada à busca de gratificação emocional temporária”, completa Carol Caldas, nutricionista.
A Soraya Tardeli, psicóloga clínica, comenta que, no caso da Yasmin, ainda há o fato dela estar em um reality show que exige muito do psicológico.
QUAIS OS SINAIS DE COMPULSÃO ALIMENTAR?
Além do consumo excessivo de alimentos mesmo sem fome, a compulsão alimentar também pode causar outros sintomas, como:
- Comer muito rápido;
- Dificuldade em parar de comer;
- Comer escondido por ter vergonha;
- Prazer infindável ao comer;
- Sentimento de culpa, tristeza ou desgosto de si mesmo.
“É muito comum que a pessoa que tenha compulsão alimentar tenha esses episódios quando está sozinha, longe das pessoas, por vergonha do julgamento alheio”, destaca a psicóloga.
COMO É O TRATAMENTO DA COMPULSÃO ALIMENTAR?
O tratamento da compulsão alimentar deve ser realizado por meio de um conjunto de profissionais da saúde, incluindo psiquiatra, nutricionista e psicólogo. “Não é uma escolha, é uma doença, e, como tal, necessita de tratamento. Embora não haja uma ‘cura’ definitiva, há várias estratégias que podem ajudar a controlar este comportamento. Uma delas é o consumo equilibrado de proteínas, que pode ajudar na saciedade e controle da necessidade de comer“, conta a Priscila Gontijo, nutricionista da Puravida
DIFERENÇA ENTRE COMPULSÃO ALIMENTAR E FOME EMOCIONAL
“A fome emocional está relacionada a um ato isolado de exagero alimentar, como comer uma quantidade maior de chocolate em um dia exaustivo e frustrante. Já a compulsão alimentar é um transtorno, no qual o paciente ingere uma quantidade exagerada de alimentos, muito mais que uma pessoa comeria normalmente. Além desse exagero, o sentimento de descontrole e não conseguir parar de comer mesmo estando satisfeito também são importantes para diferenciar essas duas condições”, conclui Calmon.