Pode não parecer, mas falar sobre a saúde da vagina ainda é um tabu. Muitas vezes, pela desinformação, propagandas de produtos e até mesmo a rotina corrida, a saúde íntima pode ser colocada em risco com pequenos hábitos diários, que podem parecer benéficos, mas que na verdade acabam criando condições para a proliferação de bactérias e fungos, causando, assim, infecções e desequilíbrio da flora vaginal. Por isso, separamos 10 hábitos que prejudicam a saúde íntima feminina que você deve abandonar agora.
Veja quais os hábitos que podem estar prejudicando a sua saúde íntima
1- Consumir muitos doces, gorduras e carboidrato
O que comemos pode afetar diretamente no equilíbrio da flora vaginal, em especial alimentações muito ricas em carboidrato, o excesso dele e de açúcares de cadeia simples, segundo o ginecologista Alexandre Pupo, podem prejudicar o equilíbrio da flora propiciando infecções principalmente por candida albicans (fungo). Já alimentos como o iogurte, que possuiu propriedades probióticas, favorecem a flora vaginal protegendo contra desequilíbrios que podem levar a infecções.
2-Secar a urina de trás para frente
Desde criança, as meninas se acostumam a secar a região íntima no sentido equivocado. O correto é sempre usar o papel higiênico de frente para trás, ou seja, no sentido da vagina para o ânus. “O contato do papel com a região do ânus pode trazer bactérias intestinais para a região da vagina, levando a infecções e desequilíbrio da flora vaginal”, esclarece Evelyn Prete, ginecologista e obstetra.
3- O uso de calças justas
A geração Z estava certa ao declarar o fim da era skinny: Calças justas prejudicam a ventilação, a transpiração da região íntima e a manutenção da temperatura normal da genitália. “Tudo aquilo que promove um abafamento da região e um acumulo de suor na virilha prejudica a saúde genital”, conta Alexandre Pupo. E isso vale também para roupas de ginásticas e calcinhas de material sintético.
Outro problema que esse tipo de calça pode causar é o atrito, levando a assaduras e escurecimento da região. “Dê preferência para tecidos leves e deixe para usar as calças mais justas e as jeans em dias que você for ficar um período curto fora de casa”, aconselha a ginecologista Evelyn.
4-Deixar a calcinha pendurada no banheiro e o uso de sabonetes íntimos
Algumas fazem isso pela praticidade, mas o ato que parece ser apenas um “aproveitamento” de tempo, pode trazer resultados desagradáveis. “Quando deixamos a calcinha pendurada no banheiro, mais comumente dentro do box, nós estamos expondo essa calcinha à umidade, fazendo com que fungos se acumulem no tecido, devido ao banheiro ser um ambiente muito úmido e fazer com que ela demore para secar após o banho”, explica Evelyn. Além disso, quando se dá descarga no vaso sanitário, várias bactérias se alastram pelo ambiente, podendo também contaminar o tecido da calcinha.
O sabonete íntimo, assim como a calcinha pendurada no box, é algo que não deveria mais estar nos banheiros – ou ser considerado uma prioridade – das mulheres. A maioria deles promete higienização, regular o pH e odor agradável. Então, antes de comprar um sabonete íntimo, deve-se entender qual a função dele e se realmente você necessita utilizá-lo. Segundo a Associação Brasileira de Cosmetoginecologia (ABCGIN), alguns sabonetes íntimos podem, ainda, ressecar a área e hipersensibilizando-a, prejudicando a função, esses são mais alcalinos. É sempre bom utilizar o indicado pelo seu ginecologista. O uso excessivo, mais de duas vezes ao dia, também acaba ocasionando problemas na região. “Se você se incomoda com o cheiro da sua vulva comece a perceber a sua alimentação, pois o que você come pode mudar o cheiro dela. Carboidratos em excesso deixam maior secreção e cheiro ácido na vagina. O sabonete íntimo também pode alterar sua flora, desencadeando corrimentos e inflamações. Caso você tenha uma vulva saudável, não se preocupe em utilizar sabonetes íntimos, água corrente na área com pouco de sabão basta, é importante observar sempre a necessidade e o acompanhamento de um médico especializado”, orienta Marcelo Condé, ginecologista.
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5- Uso frequente de absorventes diários
Os absorventes diários (ou protetores diários) pode trazer uma sensação de proteção maior, mas ele acaba prejudicando a ventilação da área, aumentando a umidade e temperatura da região. “Por esse motivo, acabam deixando a genitália mais suscetível a infecções, como por exemplo, candidíase e contaminações por bactérias”, comenta a médica. Caso exista a necessidade de utilizar o protetor diário, Alexandre Pupo orienta pela troca do protetor ao longo do dia.
6- Não fazer xixi após relação sexual
As secreções da relação sexual ficam acumuladas na frente da uretra (canal do xixi) e podem estimular a infecção urinária. “Com o ato de urinar após a relação, a urina limpa a uretra, auxiliando na prevenção de infecções”, explica Evelyn.
7-Não trocar preservativo após relação anal
Independente da relação sexual, o uso de preservativo é sempre indicado e no sexo anal a atenção tem de ser redobrada. “Quando ocorre a penetração vaginal após a penetração anal, sem a troca da camisinha, há muitas chances da mulher ter infeção urinária, porque as bactérias intestinais vão para a região da vagina, além de outras infeccções sexualmente transmissíveis (ISTs)”, ressalta Prete.
8-Permanecer longos períodos com biquínis molhados
É preciso ficar atenta aos dias de praia ou piscina. A peça úmida em contato direto com a região vaginal contribui para a proliferação de fungos, e pode causar candidíase, infecção fúngica que tem como principais sintomas a coceira intensa e o corrimento. “Sempre que puder, ao sair da piscina ou da praia, troque o biquíni molhado por peças secas, para preservar sua saúde íntima”, aconselha a doutora.
9-Uso de duchas vaginais
Seja pela higiene ou pelo prazer, o uso de duchas pode trazer diversos malefícios para a região íntima. “O uso da ducha vaginal ou do chuveirinho é extremamente prejudicial à saúde vaginal da mulher, porque altera o pH da vagina, levando, assim, a um desequilíbrio da flora vaginal e causando mais infecções”, afirma a Dra. Evelyn. Além disso, o seu uso traz o risco de causar reações alérgicas e introduzir outros tipos de bactérias na vagina.
10-Uso de calcinhas fio dental
Usar calcinha fio dental no dia a dia não é uma boa ideia no que diz respeito ao bem-estar da vagina. “O uso constante desse tipo de calcinha pode levar bactérias do ânus para a vagina e elas são, geralmente, feitas com tecidos que não favorecem a saúde genital e a ventilação da região, como a renda e o elastano. Além, é claro, de serem incômodas e levarem a ferimentos na região”, finaliza a Dra. Evelyn. A calcinha de algodão é a mais indicada para o dia a dia, pois mantém a área ventilada.