Tanto faz a dieta proteica que você escolheu para chamar de sua – paleo, Dukan ou cetogênica: nos primeiros meses, o sucesso é garantido e você avança uns furos do cinto. Mas, com o tempo, a balança emperra e não enjoar do menu limitado (frango, filé, ovo… repete) vira um teste de resistência. Não só isso. Ao seguir esse cardápio por muito tempo, o excesso de proteína acidifica o pH do organismo, o que, a longo prazo, está relacionado a uma maior incidência de câncer, doenças cardíacas e diabetes, de acordo com o Longevity Institute, da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA.
Mas que reduzir o carboidrato emagrece, emagrece! E se a gente pudesse usar os benefícios desse tipo de dieta e limar os malefícios? No I Meeting de Nutrição Eficiente, recém-realizado em Campinas (SP), o nutricionista Luciano Bruno, de Piracicaba (SP), apresentou uma estratégia alimentar que combina dietas já aprovadíssimas: cetogênica, mediterrânea e detox – mix que garantiu o novo shape sequinho da blogueira Gabriela Pugliesi.
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Essa proposta tem duas fases. Na primeira, você come muita proteína animal e pouco carboidrato para estimular o efeito da cetogênica. Mas as fontes de proteína devem ser sempre magras (baixas em gordura saturada, uma influência do cardápio mediterrâneo, um dos mais saudáveis do mundo). Nesse período, que dura 25 dias, dá para perder até 4 quilos! Aí chega a vez do detox de cinco dias à base de proteína vegetal. Ele dá um descanso ao organismo e manda embora as gorduras oxidadas, acabando com o efeito platô – quando você segue a dieta e não perde 1 grama sequer. Então peça pelo combo!
FASE 1
Cetogênica + Mediterrânea
Durante 25 dias, você vai ingerir bastante proteína de origem animal e vegetal e reduzir as porções de carboidrato. “A ideia é forçar o organismo a usar a gordura como fonte de energia”, explica Luciano. A porção de carbo nem é tão pequena assim: cerca de 40% do cardápio diário – quantidade que lima efeitos colaterais, como fraqueza, e permite manter a dieta por até três meses. “A cetose não acontece apenas se você tira o carboidrato do menu. Ingerir a fonte certa do nutriente é igualmente eficiente. Por isso, o consumo de legumes e grãos com baixo índice glicêmico pode ser mantido”, explica Luciano. Optar por esses alimentos também estabiliza a produção de insulina, o que evita o acúmulo de gordura e, lá para a frente, o risco de diabetes.
“Para que o emagrecimento aconteça de maneira saudável, a preferência deve ser pelas proteínas magras (sem ou com pouca gordura saturada)”, explica a nutricionista Carolina Baliere, de Muriaé (MG ). Então, no lugar da picanha, a escolha dos ingredientes foi inspirada na alimentação dos povos mediterrâneos – a mais eficiente e saudável para perder e manter o peso a longo prazo, segundo pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine. A partir de agora, pense em um prato composto de peixe, castanhas e folhas regadas com azeite. Nada mau, vai…
FASE 2
Detox
Nos próximos cinco dias, o volume de carboidratos segue baixo, mas a principal diferença é que as proteínas são provenientes apenas dos alimentos de origem vegetal, especialmente dos grãos e das sementes. Isso porque, mesmo se você passou a fase 1 comendo apenas proteínas animais magras, o excesso desse nutriente sobrecarrega o organismo.
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O cardápio desses dias também altera os horários e o preparo das refeições: uma influência da dieta do jejum intermitente. “Evitar comer à noite [veja boxe abaixo] e optar por mais líquidos estimula o trabalho das mitocôndrias, a parte das células que transforma calorias em energia, e a produção da enzima sirtuína, responsável por eliminar os fragmentos de gordura acumulados no fígado”, explica Luciano. Quanto menos toxinas circulando no corpo, mais desce o ponteiro da balança. Essa fase sem carne ainda restaura o equilíbrio da microbiota (conjunto de bactérias boas e ruins que habitam o intestino) – o inverso das dietas proteicas. Depois de encerrar o detox, você pode voltar para a fase 1 novamente.
HORA DO JANTAR
Comer até 8 da noite faz a dieta funcionar melhor nas suas diferentes fases. “Após esse horário, o organismo começa a estimular a produção de gordura”, explica Luciano Bruno. Por isso, é melhor jantar cedo. Reserve a porção maior de carboidrato (mesmo os integrais) e de gordura para o almoço. Já à noite, capriche nas frutas e hortaliças – elas ajudam a bloquear a ação do receptor de gordura, além de combater os radicais livres. Ervas (carqueja, dente-de-leão, cavalinha, capim-limão, melissa) e especiarias (gengibre, canela) são outras boas opções e podem ser transformadas em chá ou infusão. Beba de três a quatro xícaras por dia – reserve uma delas (acrescente 10 gotinhas de própolis) para antes de ir para a cama. Você vai dormir até melhor – opa, um bom sono aumenta o sucesso da dieta!