Em casa a gente tem o hábito de deixar um balde recolhendo água do chuveiro enquanto ele esquenta. Essa água vai para regar as plantas e o Téo, nosso cachorrinho, adora beber também.
Dia desses o balde já estava meio cheio e eu, meio distraída, coloquei mesmo assim embaixo do chuveiro. Não caíram nem duas gotas e o balde já transbordou. Isso me lembrou um jeito de olhar para o estresse, que li tempos atrás.
Imagine que dentro do seu corpo também tem um balde. Todo o estresse que acontece com você vai sendo acumulado dentro dele. As situações de estresse mais intenso, como a perda de alguém de querido, as situações do dia a dia – contas para pagar, metas para alcançar, encontrar tempo para se cuidar. E dentro do balde ainda precisa ter espaço para aquelas situações que chegam de maneira inesperada, como uma pandemia que vira a esquina.
As vezes o balde está mais vazio e cabe bastante coisa antes de transbordar, fica fácil de carregar. Outras vezes ele está pesado, super cheio e uma gotinha de nada, aquele simples “mãe, cadê meu tênis?”, já é suficiente para transbordar e voar respingo para todo lado.
Mas esse baldinho tem um segredo: você pode colocar várias torneiras nele! A cada vez que ele enche um pouco, uma torneira entra em ação, assim seu balde dificilmente fica tão cheio.
Tem torneira de todo tipo: exercício físico, massagem, brincar com o cachorro, cuidar das plantas, ficar 5 minutinhos curtindo um banho sem ninguém gritar seu nome, fazer terapia, tomar um chá, pintar uma aquarela, escrever um diário. Essas são as torneiras boas, jogam a água lá para longe.
Por outro lado, tem torneiras que acabam dando uma volta e voltam a despejar água no balde: bebida alcóolica, cigarro, exagero de doce, comprar quando a carteira já está quase vazia. Essas dão a falsa sensação de que estamos baixando o nível de estresse, mas sem a gente perceber, estamos fazendo exatamente o contrário!
Queria então te fazer um convite: papel e caneta na mão e vem juntinho comigo desenhar o seu balde. Você pode colocar dentro dele tudo o que faz você se sentir estressado, sobrecarregado, sem energia. Até aquela gotinha que pode fazê-lo transbordar. Aproveita e anota as suas torneiras. Aquelas que fazem a água voltar para o balde, mas principalmente aquelas torneiras (mais grossas ou mais finas) que jogam a água lá longe.
Esse desenho pode parecer simples, mas é bem eficiente para a gente tomar consciência do que podemos fazer hoje para não acumular estresse. Ah, vale lembrar que cada pessoa tem um balde diferente, então nem tente comparar seu balde com o do vizinho!
PS.: esse modelo do “Stress Bucket” foi descrito pelos pesquisadores Brabban & Turkington em 2002