Raiva e agressividade: como amenizar esses sentimentos?
Vivemos em uma sociedade na qual somos constantemente avaliados e criticados pelas nossas expressões de emoções. Muitas vezes uma expressão de tristeza pode ser julgada ou vista de forma patológica como se fosse uma depressão e em relação a irritabilidade e a raiva o mesmo ocorre. Sentir raiva é natural, é uma emoção que aparece nos momentos em que nos sentimos ameaçados, julgados, injustiçados, coagidos, sem possibilidades de mudar a situação e nesses momentos a emoção de raiva pode surgir para nos ajudar a nos defender “do agressor”. Porém, uma coisa é sentir a emoção e outra é a demonstração e/ou o comportamento de raiva. Quando essas demonstrações de raiva surgem com muita frequência e com uma intensidade que é desproporcional a situação que a desencadeou, as pessoas começam a ter problemas de relacionamento em diversas situações.
É necessário avaliar a impulsividade, pois, se a pessoa não tiver o controle do impulso temos que avaliar se as manifestações da raiva são devidas a algum transtorno.
A agressividade é uma das manifestações da raiva e ela pode ser uma agressividade pró-ativa ou planejada, que é onde a pessoa planeja agredir alguém, ela é premeditada. Existe a agressividade reativa onde a pessoa reage a alguma situação na hora, essa não tem planejamento.
Para amenizar esses sentimentos precisamos entender o que está nos causando a raiva. Muitas vezes os pensamentos são os eliciadores da raiva, por exemplo: se pensamos que uma pessoa quer nos prejudicar, nos fazer de bobos, ou então se estão sendo irônicos e nos sentimos injustiçados, tendemos a sentir mais raiva.
Alguns fatores, como stress, alterações hormonais e ingestão de álcool, podem aumentar as reações de raiva, tornando a pessoa mais impulsiva e com menor controle do seu comportamento.
As causas são frequentemente multifatoriais, onde temos os fatores biológicos, ambientais e genéticos agindo de forma conjunta.
Podemos amenizar a expressão da raiva fazendo exercícios físicos e meditação, porém a principal aliada é a psicoterapia que vai ajudar a identificar quais são os gatilhos de raiva para aquela pessoa e ensinar a expressá-la de forma assertiva.
Dra. Liliana Seger, psicóloga clínica