Quem tem orelha de abano sabe como é difícil aguentar as piadinhas que começam ainda na infância, o que afeta a auto estima da criança principalmente na idade escolar.
As consequências disso são observadas quando a pessoa desenvolve uma sensação de insegurança com a sua imagem, criando maneiras de esconder os problemas atrás de acessórios para a cabeça, como bonés e chapéus. Ou, quando se trata de mulheres, evitam prender o cabelo até mesmo em dias de calor ou durante a prática de atividades físicas.
A orelha em abano, ou orelha proeminente, é a deformidade mais comum da região da cabeça e pescoço. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) sua incidência é estimada em 5% na população caucasiana, sem predileção por sexo. Normalmente, não está associada a outras anormalidades ou síndromes, não traz prejuízo fisiológico e funcional, mas é considerada uma deformidade estética de grande importância, com consequências psicológicas, emocionais e comportamentais em crianças.
Suas causas são desconhecidas, tem padrão de herança autossômica dominante e até 8% dos pacientes apresentam história familiar.
As orelhas em abano causam um desconforto facilmente corrigido pela cirurgia.
A otoplastia é a cirurgia das orelhas, que proporciona uma forma natural, corrige a posição, e melhora a aparência das mesmas.
A cirurgia é realizada tanto em crianças como em adultos. Quanto antes for feita a cirurgia, menores serão os problemas psicológicos que a criança terá de enfrentar. Mas é recomendável que os pais somente optem pela otoplastia quando a criança expressar seu descontentamento.
A cirurgia é simples e de recuperação rápida. A diferença já é notada após a operação e as cicatrizes são imperceptíveis e ficam escondidas atrás da orelha. Adultos conseguem voltar as suas atividades após 24-48h e crianças que frequentam a escola por volta de 7 dias.
O resultado é muito gratificante pois o paciente consegue expor suas orelhas sem constrangimento.
Dra. Débora Leite (médica cirurgiã plástica membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). @dra.deboraleite