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Entenda por que dormir faz bem para a pele

Noites mal dormidas podem favorecer o envelhecimento precoce e o surgimento de espinhas. Saiba mais!

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h34 - Publicado em 10 nov 2023, 14h20
O sono de beleza realmente existe! | (drobotdean/Freepik)
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Que o sono é indispensável para o funcionamento do organismo, a gente já sabe. Dormir bem está associado a inúmero benefícios para a saúde física e emocional, entre os principais, consolidação da memória, capacidade cognitiva, regulação hormonal e equilíbrio emocional.

Mas, além disso, uma boa noite de descanso também faz toda a diferença para cuidar da beleza e da integridade da nossa pele. Entenda a seguir!

“É durante o sono que ocorre o relaxamento muscular, que evita as rugas de expressão pela mímica facial durante o dia, e a liberação de substâncias como o hormônio do crescimento (GH), que é responsável pelo desenvolvimento e renovação celular, inclusive das células de colágeno, que são fundamentais para a firmeza e viço da pele”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Dormir mal pode fazer com que o nosso corpo libere mais cortisol, o hormônio do estresse. Como consequência, há um aumento de radicais livres, da oxidação das células da pele e da aceleração do processo de envelhecimento cutâneo.

“Outro ponto é que o cortisol estimula hormônios andrógenos, que favorecem a produção de oleosidade, com entupimento dos poros e surgimento de cravos e espinhas. E o estresse ainda está associado à baixa imunidade e excesso de queratina, que contribuem com a proliferação de bactérias relacionadas à acne”, acrescenta.

Todos esses processos estão diretamente relacionados com o chamado ciclo circadiano. Segundo a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista, esse ciclo é mediado por uma área no hipotálamo do cérebro chamada núcleo supraquiasmático, que coordena a liberação de hormônios responsáveis por diminuírem a temperatura corporal e a pressão corporal e nos fazer sentir sono à noite. “Pela manhã, o cortisol e outros hormônios restauram nosso estado de alerta, nos aquecem e aumentam a pressão arterial”, continua Beranger.

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No entanto, o ciclo circadiano não pode ser resumido apenas aos horários de deitar e levantar. “A maioria de nossas células contém um grupo de genes que são como engrenagens em um relógio mecânico, mantendo o tempo em todos os lugares internamente. Esses genes do relógio biológico causam a liberação de hormônios no cérebro, mas também ditam outros processos em outras partes do corpo”, fala a endocrinologista. Isso significa que fatores que prejudicam o sono e bagunçam os ritmos circadianos podem comprometer seriamente a pele.

COMO DORMIR MELHOR?

Se você quer dormir bem, a primeira recomendação da endocrinologista é começar a prestar atenção em hábitos que podem estar atrapalhando o seu ciclo circadiano, como os horários em que você se expõe à luz. “Sabemos que o núcleo supraquiasmático está diretamente conectado à retina, e o relógio cerebral pode ser calibrado pela luz solar ou luz artificial, que sinaliza quando é dia”, diz ela.

Por isso, obter luz consistente ao acordar e acordar no mesmo horário todos os dias são medidas que podem ajudar a manter o relógio no caminho certo para que você consiga descansar corretamente. “Alguns estudos mostram que, mesmo enquanto você está dormindo, a luz fraca pode penetrar nas pálpebras fechadas e confundir o relógio interno”, aponta a Dra. Deborah.

Níveis de estresses diários, horários de trabalho não tradicionais (à noite, por turnos), festanças, uso excessivo de telas eletrônicas antes de dormir, sedentarismo, ansiedade e depressão são outros aspectos que podem bagunçar a ampulheta interna.

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A endocrinologista lista alguns cuidados que podem colaborar para melhores noites de descanso. “Faça uma atividade física prazerosa, pois, gastando energia, fica mais fácil regular o sono e diminuir o estresse. Adote uma alimentação mais saudável, evitando gorduras excessivas principalmente à noite. Quanto ao estresse do trabalho, procure relaxar ao chegar em casa, com um livro ou meditação. Os descansos de fim de semana com atividades prazerosas também são bem-vindos. E também busque se desconectar do mundo online“.

Criar uma rotina de higiene do sono também ajuda a desfrutar de um sono reparador.  “Isso consiste, basicamente, em adotar um ritual que avisará o cérebro que está na hora de dormir. Então, tome um banho, coloque um pijama, cuide da pele, escove os dentes, apague a luz e deite-se na cama. Enquanto isso, seu cérebro gerará sinais para que o organismo passe a produzir hormônios reguladores do sono, como a melatonina e a serotonina, e pare de produzir hormônios de alerta, como o cortisol”, recomenda a Dra. Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

E lembre-se: evite utilizar qualquer tipo de equipamento eletrônico uma hora antes do sono, seja celular, tablet, televisão ou computador. “A luz azul emitida por dispositivos pode desestabilizar a produção de melatonina, interferindo assim na qualidade do sono”, ressalta Lassance.

CUIDADOS COM A PELE DURANTE O SONO

Pensando especificamente na pele, na hora de dormir, é interessante ficar de barriga para cima, em vez de se deitar de um lado específico ou de bruços. “Dormir com o rosto virado 100% para o travesseiro ou sempre do mesmo lado pode formar rugas estáticas devido à pressão e atrito causado pelo contato do rosto com o travesseiro. Dessa forma, acabamos envelhecendo mais assimetricamente, com demarcações mais profundas dos sulcos, das linhas e das rugas”, conta a cirurgiã plástica.

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Entretanto, se você tem dificuldade em se manter de barriga para cima enquanto descansa, uma alternativa é trocar fronhas de algodão por fronhas de cetim ou seda, que não tracionam a pele. “Existem ainda travesseiros, como os de pescoço, desenvolvidos para reduzir o contato facial com o travesseiro”, afirma a médica.

A farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gerente científica da Biotec Dermocosméticos, revela que o ideal é que os cosméticos do skincare diurno tenham ativos capazes de combater os radicais livres gerados pela radiação solar e pela pela luz visível, por exemplo. “Também precisam fornecer energia às células para que suportem o estresse provocado pelo excesso de toxinas produzidas diariamente“, pontua ela.

Já o creme noturno deve ser formulado com ingredientes que potencializem a renovação celular, uma vez que, durante a noite, as células estão mais propensas a se revitalizarem e a absorverem os nutrientes.

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