Balas, chocolates, chicletes, bolos. É difícil encontrar quem resista a essas guloseimas. Afinal, elas são incrivelmente deliciosas. De forma geral, a vontade de comer doce é completamente normal, porém, quando em excesso, ela pode indicar alguns problemas e até mesmo causar danos à saúde.
“O desejo excessivo de comer doces pode estar relacionado a vários fatores culturais, doenças orgânicas ou até problemas emocionais. Pessoas que são acostumadas a ingerir doces em excesso desde a infância, pela sua cultura alimentar, podem não perceber que excedem. Além disso, ele pode indicar diabetes. O indivíduo se alimenta e permanece com fome porque não tem insulina para colocar a glicose para dentro das células, o que gera mais vontade de comer doces e mais fome. Pessoas com tendência à compulsão alimentar, ansiedade e depressão também podem ter desejo excessivo por doces, porque ele gera uma certa saciedade e satisfação”, explica Nêuton Magalhães, neurologista e professor do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).
EFEITOS DO DOCE NO CÉREBRO
De acordo com o especialista, os doces ativam a área do prazer, satisfação e recompensa do cérebro, promovendo a sensação de bem-estar e o combate ao estresse. Sendo assim, esses alimentos podem ser utilizados como “válvulas de escape” para encarar situações de humor deprimido ou ansiedade.
O chocolate, por exemplo, contribui para a liberação de dopamina e serotonina, neurotransmissores que são chamados de “hormônios da felicidade”.
Considerando que os doces estimulam o circuito de recompensa do cérebro, a tendência é que o nosso corpo sinta cada vez mais vontade desses alimentos, e esse vício pode gerar alguns sintomas físicos, como dores de cabeça e exaustão.
“Muitas vezes, estamos chateados com alguma coisa e pensamos em nos dar um prazer, seja comendo ou bebendo. O açúcar, assim como a bebida alcoólica, ativa regiões do cérebro de muito prazer e pode causar uma dependência”, acrescenta a Liliana Seger, psicóloga clínica com doutorado em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP.
PROBLEMAS PARA A SAÚDE
Obesidade, diabetes tipo 2, cáries, doenças cardiovasculares, problemas circulatório e gordura no fígado estão entre os principais danos que o açúcar pode trazer para o funcionamento do organismo.
Além de todos esses prejuízos físicos, o consumo excessivo de doces também tem associação com problemas na saúde mental e no cérebro.
“Muito doce pode levar a picos e quedas do nível de açúcar no sangue e inflamação sistêmica que afeta seu humor. O resultado pode ser vários problemas de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade, irritação e liberação de hormônios do estresse“, explica Patrícia Alves Soares Lara, nutricionista especialista em oxidologia e bioquímica celular
A psicóloga Liliana Seger completa que “ao comer esses alimentos, você tem uma melhora no humor, porém se você continuar fazendo isso cada vez mais, pode desenvolver o contrário e ocasionar o surgimento da depressão e de irritabilidade, por exemplo”.
3 DICAS PARA DRIBLAR O DESEJO DE COMER DOCE
Patrícia lista algumas táticas para lidar com a vontade excessiva de comer doce. É importante lembrar que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, o consumo diário de açúcar não pode ultrapassar mais do que 10% das calorias diárias.
- Tenha um café da manhã sólido: Para se manter equilibrado durante o dia todo, evite o consumo de açúcar pela manhã. Uma sugestão é priorizar os alimentos ricos em proteínas nesse momento do dia, já que eles comprovadamente reduzem os desejos.
- Planeje suas refeições com antecedência: Isso evita quedas do açúcar no sangue.
- Tome bastante água: Quando estamos desidratados, sentimos mais fome. Por isso, é preciso ter uma ingesta hídrica adequada. Para deixar a sua água saborosa, você pode adicionar limão ou outras frutas.