Beber vinho com moderação traz muitos benefícios para a saúde. Tomar uma taça diariamente é recomendado pela Academy of Nutrition and Dietetics, dos Estados Unidos e pela publicação internacional de medicina Journal of Cardiovascular Medicine. O vinho tinto é especialmente rico em fitoquímicos (compostos químicos de plantas), incluindo resveratrol e quercetina, poderosos antioxidantes associados a uma série de benefícios à saúde, incluindo o alívio da artrite e a proteção contra doenças cardíacas.
No best-seller Food Sanity (compre aqui), o médico e especialista em práticas holísticas David Friedman explora culturas que vivem vidas mais longas e saudáveis por todo o mundo. Uma das semelhanças entre esses povos, segundo estudos epidemiológicos analisados por David, é o consumo de vinho tinto.
Quando você pensa no estilo de vida francês no que diz respeito à culinária, o que vem à mente é: muito pão e queijo, certo? Duas coisas que sempre nos dizem para comer em moderação. No entanto, eles ainda são estudados como um dos povos que tem a maior longevidade.
“Paradoxo Francês” é o termo que resume a observação paradoxal de que os franceses têm uma incidência relativamente baixa de doenças cardíacas e vivem mais, apesar de terem uma dieta relativamente rica em gorduras saturadas.
Mas mais uma vez o vinho aparece como uma das justificativas: os franceses têm o costume de consumir a bebida no dia a dia.
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BENEFÍCIOS DO VINHO PARA A SAÚDE
Embora as bebidas alcoólicas, em geral, sejam conhecidas por prejudicar o fígado, um polifenol encontrado no vinho tinto chamado ácido elágico, na verdade, demonstrou melhorar a saúde do fígado — o vinho branco, por outro lado, não é tão saudável e recentemente foi associado a causar problemas de inflamação da pele e uma maior incidência de câncer em comparação com pessoas que bebem vinho tinto.
“O segredo da bebida está na uva”, explica a engenheira de alimentos Gislaine Santana, que destrincha algumas das substâncias mais presentes na bebida e como elas beneficiam a saúde:
- Polifenol: bom para o coração
“Essa substância é muito conhecida por proteger contra doenças crônicas, cardíacas e controlar os níveis de açúcar no sangue”
- Resveratrol: aliado da pele
“Quanto mais intensa for a cor do vinho, maior a quantidade dessa substância. O micronutriente forma uma película de proteção na pele, por assim dizer, que combate os radicais livres, retardando o envelhecimento precoce.”
- Óxido nítrico: bom para a digestão
“Uma das reações causada pelo consumo da uva é a liberação de óxido nítrico, substância essencial para relaxar as paredes do estômago. Por isso, uma taça de vinho antes ou após das refeições potencializa a absorção de nutrientes dos alimentos.”
- Procianidina: aliada na prevenção do câncer
“Alguns estudos relacionam a procianidina como uma substância que não só previne o câncer, como também diminui os efeitos colaterais da quimioterapia na saúde. Essa substância possui propriedades antioxidantes que protegem as células, também presente na uva.”
MALEFÍCIOS DO VINHO
Mas nem tudo são flores — ou frutas, literalmente. Apesar da uva ser extremamente benéfica para a saúde, o vinho ainda contém outras substâncias que prejudicam a saúde e, quando em maior quantidade, podem até falar mais alto que os benefícios da bebida.
O mais óbvio deles é o álcool. “Se divertir é essencial mas, pela saúde, controlar a ingestão de bebidas alcoólicas é fundamental”, alerta a nutricionista Luanna Caramalac Munaro. “Claro que o vinho tem seus benefícios à saúde, já comprovado por muitas pesquisas, mesmo assim, o consumo deve ser de uma taça ao dia”, ressalta.
Outro problema está na quantidade de açúcar. Como regra geral, quanto mais seco o vinho, mais saudável ele é para você. Os vinhos mais doces têm mais açúcar e não são tão saudáveis.
Pensando em tudo isso, algumas marcas já trabalham com classificações mais saudáveis de vinhos, desde veganos até low carb.
BOA FORMA conversou com Cibele Siqueira, Sommelière da Wine, e Jessica Marinzeck, Sommelière da Evino, para explicar cada uma delas para você e te ajudar a escolher a melhor opção:
Como aponta a representante da marca Wine, acreditar que um vinho é “mais saudável” não dá aval para o consumo de bebida alcoólica em excesso e sem o aval de um profissional da saúde. O objetivo dessa matéria é mostrar alternativas à bebida convencional, de acordo com o objetivo ou restrição de cada um.
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Vinho Orgânico
Quando falamos em vinho Vegano, Orgânico, Natural, SO2 free, estamos nos referindo ao processo de elaboração da bebida. Ou seja, etapas do cultivo da uva e/ou da vinificação que não fazem uso de determinados aditivos.
No caso dos vinhos orgânicos, não são utilizados aditivos agrotóxicos no cultivo das uvas que darão origem ao vinho.
Mas cuidado: nem sempre um orgânico é mais saudável que um convencional pois o produtor ainda pode utilizar aditivos na cantina ou na vinha. Abaixo, selecionamos um que tem a seleção pensada em todas as etapas do processo:
Vinho Vegano
Apesar dos insumos básicos serem vegetais, diversos ingredientes de origem animal são usados na produção do vinho. Um exemplo é o uso de albumina, uma proteína derivada da clara de ovos, ou então de ictiocola, substância extraída do peixe, na filtração da bebida.
“Ainda que esses materiais sejam descartadas ao fim do processo, do ponto de vista vegano, é exploração animal”, como explica a jornalista especializada em veganismo Juliana Vaz. Os vinhos veganos utilizam uma tecnologia com floculantes de origem vegetal ou química, ambos aprovados pela Anvisa, para filtrar a bebida.
Indicação:
Vinho SO2 free
O SO2 é uma composição química de moléculas de enxofre e oxigênio que possui ação antioxidante e bactericida.
A fermentação, processo primordial da produção de vinho, tende a gerar o SO2. Por isso, acredita-se que hoje a maior parte dos vinhos tenha entre 50 e 200 mg/l desses sulfitos.
Porém, há quem seja alérgico a esse composto. Os vinhos SO2 free passam por um processo para minimizar a produção de sulfito, resultando em uma bebida com menos de 10 miligramas de enxofre por litro. Para isso, são necessários níveis altíssimos de higiene na vinícola, além de um monitoramento constante de todas as fases, para que o vinho não corra o risco de estragar, já que o SO2 é também um conservante.
Vinho Low Carb
Como explicado, no geral, os vinhos secos possuem menos açucares e, consequentemente, menos carboidratos. Mas nunca o vinho vai ter zero açúcar.
Isso porque o açúcar no vinho possui uma função: durante a fermentação, as leveduras se alimentam do açúcar natural das uvas para produzir o etanol. Se fosse transformar 100% do açúcar em álcool, o resultado seria uma bebida extremamente alcoólica e nada saudável.
Os vinhos doces passam por um processo de fermentação muito mais curto e, por isso, deixam mais açúcar para trás. Se o seu objetivo é diminuir o consumo do ingrediente, opte pelo branco — mas sempre em moderação, já que, como falado, ele é mais alcoólico que o doce.
Indicações:
Para reduzir o teor alcoólico do Alibea é realizado um processo de filtração tangencial (osmose reversa), que consiste na separação da água do vinho. Em seguida, a solução de água e álcool passa por uma destilação que separa os elementos e então a água é adicionada de volta ao vinho.
É o estilo com menor graduação de açúcar — até 3 gramas de açúcar por litro.
Esse especial faz parte da edição de julho de 2021 de Boa Forma,
que traz a atriz e diretora Danni Suzuki em sua capa.
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