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Priorize vegetais e frutas para aumentar suas chances de gravidez

Os estudos mostram que as dietas para fertilidade se baseiam em pilares de ingestão saudável de alimentos. Saiba mais!

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 Maio 2024, 11h06 - Publicado em 17 Maio 2024, 10h00

Assim como acontece com tantos outros fatores da nossa saúde, uma dieta equilibrada pode influenciar diretamente na fertilidade e ajudar muito na concepção natural e nos tratamentos de reprodução assistida.

“Sabemos que bons hábitos de vida são altamente importantes para aumentar as chances de gravidez, mesmo quando indicamos técnicas de Reprodução Assistida. E, nesse contexto, a dieta é fundamental”, explica Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e sócio do Mater Lab.

Como a alimentação influencia na fertilidade?

De acordo com o profissional, vários estudos já examinaram essa questão e as dietas mais indicadas têm alguns pontos em comum: alto consumo de vegetais e frutas, prioridade para proteínas magras e equilíbrio na ingestão de carne vermelha, além da substituição de farináceos por grãos integrais. “Esse tipo de alimentação garante macro e micronutrientes, com ação também antioxidante para melhorar a funcionalidade do sistema reprodutor”, afirma.

Sendo assim, um dos tipos de dietas que podem beneficiar a fertilidade é a dieta mediterrânea, que inclui um alto consumo de frutas, vegetais, peixes, nozes, gorduras saudáveis e baixo consumo de carnes e gorduras não saudáveis. “A adesão à dieta mediterrânea foi positivamente associada a melhores resultados de gravidez com técnicas de reprodução assistida e a concepção natural”, diz o médico.

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Outra referência é formada pelas Diretrizes Dietéticas Holandesas, um padrão alimentar que aconselha o aumento da ingestão de vegetais, frutas, peixes, carnes magras em doses equilibradas, grãos integrais e gorduras saudáveis. “Os estudos mostraram um aumento de 65% nas chances ajustadas de gravidez clínica”, afirma o profissional.

Rosa ainda ressalta que, do outro lado das indicações para melhorar a fertilidade, há as dietas não saudáveis de padrão ocidental. “Dietas de alta densidade energética, rica em gorduras saturadas, pobre em frutas, legumes e grãos, são associadas a uma redução de 70% nas taxas de gravidez clínica. Seguir padrões mais saudáveis é o recomendável”, ele aponta.

E complementa: “A dieta ocidental é comumente composta por quantidades excessivas de gorduras saturadas, carboidratos refinados e proteínas animais, além de ser pobre em fibras, vitaminas e minerais, o que faz com que esteja associada a altos níveis de inflamação. E possuímos extensas evidências de que a inflamação do organismo pode afetar a fertilidade feminina e masculina, contribuindo para a diminuição da qualidade seminal, desregulação dos ciclos menstruais, falhas na implantação embrionária e outras sequelas reprodutivas”.

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Suplementação ajuda?

De acordo com o médico, em alguns casos, os suplementos também podem ser indicados, mas sempre sob orientação médica. “Por exemplo, cerca de 40% das mulheres não metabolizam o ácido fólico na forma ativa, chamada metilfolato, devido a mutações dos genes que codificam uma enzima chamada MTHFR (metilenotetrahidrofolato redutase). Essa via metabólica é complexa e na verdade outras vitaminas do complexo B são essenciais para o perfeito funcionamento. Portanto, não basta usar apenas o metilfolato sem as demais vitaminas”, diz o médico.

Segundo ele, a suplementação ideal requer avaliar e repor não só as vitaminas, como outros micronutrientes (sais minerais, aminoácidos essenciais e ácidos graxos essenciais).

“A suplementação adequada deve incluir outros micronutrientes e essa prescrição deve ser individualizada. Uma dica importante: para melhor absorção das vitaminas, o ideal é tomar aquelas que são hidrossolúveis (B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9, B12 e C) em jejum, apenas com água, e as lipossolúveis (A, D, E e K) junto das refeições”, orienta Rosa.

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E finaliza: “Mas a melhor forma de potencializar suas chances sempre será uma alimentação saudável”.

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