Dona de um aroma forte e sabor terroso, a sálvia é uma planta medicinal pertencente à família da hortelã, cujas folhas são frequentemente utilizadas na preparação de chás devido a suas propriedades terapêuticas, ou também como tempero para carnes e molhos.
De acordo com estudos, trata-se de uma erva rica em vitaminas A, C e K, em minerais como magnésio, zinco, cobre e ferro, e em antioxidantes, que ajudam a fortalecer as defesas do seu corpo, neutralizando radicais livres que estão ligados a doenças crônicas.
Assim, concluiu-se que a sálvia pode oferecer benefícios importantes para a saúde. Exemplo disso são evidências de pesquisas sugerem que compostos encontrados na sálvia podem ter efeitos anti-inflamatórios, anticâncer e neuroprotetores. Em outro estudo, concluiu-se que beber um pouco mais de 1 xícara (300 ml) de chá de sálvia duas vezes ao dia reduziu o colesterol total e o colesterol LDL “ruim”, além de aumentar o colesterol HDL “bom”.
Outros dois benefícios bastante importantes são a regulação dos níveis de açúcar no sangue e a melhora da cognição e da saúde cerebral. A seguir, explicamos mais sobre ambos.
Sálvia regula níveis de açúcar
As folhas de sálvia têm sido usadas tradicionalmente como um remédio contra diabetes, após pesquisas indicarem que ela pode ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue.
Em um estudo feito em 2010, por exemplo, o extrato de sálvia reduziu os níveis de glicose no sangue de ratos com diabetes tipo 1 ao ativar um receptor específico. Quando esse receptor é ativado, ele pode ajudar a limpar o excesso de ácidos graxos livres no sangue, o que por sua vez melhora a sensibilidade à insulina.
Em outro experimento feito em camundongos com diabetes tipo 2, descobriu-se que o chá de sálvia age como a metformina, um medicamento prescrito para controlar o açúcar no sangue em pessoas com a mesma doença.
Apesar dos benefícios apontados nos estudos, vale lembrar que ainda não há evidências suficientes para recomendar a sálvia como um tratamento para diabetes.
Benefícios para a cognição e saúde do cérebro
A sálvia também pode contribuir com a saúde do cérebro e a memória de várias maneiras.
De acordo com um estudo publicado em 2017, o primeiro motivo para isso é a presença de compostos que podem atuar como antioxidantes, que comprovadamente amortecem o sistema de defesa do cérebro.
Já o segundo, também apontado cientificamente, é que a sálvia parece interromper a quebra da acetilcolina (ACH), um mensageiro químico que tem um papel importante para a memória (mensageiro, inclusive, que aparece com níveis reduzidos em pessoas com Alzheimer).
Por fim, um ensaio clínico de 2021 ainda apontou que pessoas saudáveis que tomaram 600 mg de extrato de sálvia diariamente por 2 semanas apresentaram melhorias significativas na memória de trabalho, quando comparado a um placebo.
Há contraindicações?
Embora normalmente o consumo de sálvia seja seguro, ele deve ser evitado por grávidas e lactantes, devido ao potencial efeito abortivo de alguns compostos. Além disso, pessoas com condições como epilepsia ou hipertensão devem consultar um médico antes de consumir a erva, pois ela pode interagir com medicamentos e afetar essas condições.
Alguns indivíduos também podem apresentar reações alérgicas, como erupções cutâneas, coceira ou inchaço após o uso de sálvia, assim como desconforto gastrointestinal, incluindo náuseas, vômitos ou diarreia.
Sendo assim, a erva não deve ser vista como uma cura para certas doenças e, definitivamente, não substitui qualquer tratamento prescrito por médicos. Portanto, antes de apostar em uma erva medicinal, o indicado é conversar com um especialista.