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Os riscos de não respeitar sua intolerância a lactose

Causada pela deficiência ou ausência da enzima lactase, a doença pode piorar quando não for tratada da maneira correta

Por Amanda Ventorin
Atualizado em 21 out 2024, 16h38 - Publicado em 26 abr 2022, 10h00

Sendo uma doença muito comum – segundo um estudo no Brasil, 43% dos brancos e dos mulatos têm alelo de persistência da lactase, sendo a hipolactasia (diminuição da atividade de enzima lactase) mais frequente entre os negros e japoneses -, a intolerância a lactose é causada pela deficiência da enzina lactase, responsável por “quebrar” a lactose (carboidrato conhecido como açúcar do leite) para facilitar sua absorção pelo intestino.

Essa lactose não absorvida se acumula no intestino grosso, sendo fermentada por micro organismos, gerando sintomas como os gases, flatulências, distensão abdominal, cólica intestinal.

A intolerância pode ser de nascença ou ao longo da vida, por problemas decorrentes de condições patológicas, alterações da microbiota ou pela queda da produção da lactase.

COMO DIAGNOSTICAR

Débora Palos, nutricionista da Clínica Dra. Maria Fernanda Barca, explica que o diagnóstico pode ser feito através de uma avaliação clínica, observando os sintomas e manifestações digestivas quando se ingere alimentos com lactose. “Além disso pode ser feito através de exame de fezes, teste de ar expirado, exame de sangue, biópsia no intestino e exame genético”.

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Segundo dados do Dr. Consulta, rede de centros médicos, o número de pacientes com intolerância à lactose aumentou desde 2018. Considerando os dados cadastrados entre janeiro e agosto ano a ano, foram 490 diagnósticos em 2018, 512 em 2019, 524 em 2020, e 658 em 2021.

QUAL A IMPORTÂNCIA DE RESPEITAR SUAS LIMITAÇÕES?

Por se tratar de uma doença que seus sintomas variam de acordo com o grau de intolerância, ela pode apresentar desde um desconforto intestinal até dores articulares e manchas vermelhas na pele.

“Os sintomas iniciam minutos após a ingestão de alimentos com lactose, mas podem variar de acordo com o grau de intolerância e a quantidade de lactose ingerida” compartilha Débora. Alguns sintomas (como distensão abdominal, cólicas, diarreia, etc) podem virar assaduras e hemorroidas pois a fermentação gera uma acidez maior, podendo machucar a região.

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“A longo prazo, esses sintomas podem alterar a permeabilidade do intestino, e com isso substâncias não desejadas podem ir para a circulação sanguínea, gerando processos inflamatórios e alérgicos (como alergias nos olhos, nariz e boca; asma; muco; fadiga; dificuldade de concentração; imunidade baixa; dores articulares)” alerta a nutricionista.

O tratamento é simples: Evitar alimentos que contenham lactose. Há também outras possibilidades como modulação intestinal e probióticos. “Lembrando que, em conjunto com o uso de probiótico0,s devemos ter uma alimentação adequada e saudável para manter a permeabilidade intestinal. Alimentos como açúcar, farinha refinada, frituras, alimentos processados, entre outros, deixam a microbiota intestinal menos saudável e mais permeável” ressalta.

Existe a reposição enzimática, com a enzima lactase (comprimido ou líquido) que serve como um apoio em momentos específicos, mas o seu uso não diminui as alterações intestinais. Por isso deve ser usado esporadicamente.

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