Durante intercâmbio na cidade de Aspen, nos Estados Unidos, Cláudia de Albuquerque Celada, brasileira de 24 anos, ficou tetraplégica após consumir uma sopa enlatada. A jovem foi infectada pela bactéria Clostridium botulinum e recebeu o diagnóstico de botulismo alimentar, uma condição grave.
Claudia planejava retornar ao Brasil em abril. No entanto, acabou adoecendo e, em 17 de fevereiro de 2024, foi internada em um hospital americano com paralisia no corpo e precisando de aparelhos para respirar.
“Foi apenas uma colher. Senti muito cansaço, tontura, visão turva. Dormi o dia inteiro. Comecei a sentir falta de ar pela madrugada. Sempre estive consciente, somente o corpo não respondia aos comandos. Não via a hora de aquilo passar. Acompanhava tudo o que se passava ao redor, mas não conseguia me comunicar”, lembra ela, em entrevista ao Uol.
Como nos Estados Unidos não há um sistema público de saúde, a família da intercambista organizou uma vaquinha para pagar os custos no exterior e uma UTI aérea para trazê-la de volta ao Brasil.
Nas redes sociais, Luisa Albuquerque Celada, irmã da jovem, revelou que os gastos com internação e exame já atingiam US$ 2 milhões de dólares.
Em maio, após 70 dias de internação nos EUA, Claudia foi transferida para o Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano, em São Paulo.
Com o tempo, Cacau, apelido da intercambista, começou a recuperar alguns movimentos do corpo e, no dia 1 de agosto, teve alta definitiva do Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano. Em casa, ela continua com o tratamento fisioterapêutico.
“Agora faço fisioterapia para fortalecer a musculatura e ficar mais independente. [Retomar] a rotina ainda é impossível, devido à locomoção. Mas já saí com amigos de cadeira de rodas”, diz, ao Uol. A previsão médica é de que ela consiga se reestabelecer completamente.
O que é o botulismo?
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, “o botulismo é uma doença bacteriana grave, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, encontrada no solo, nas fezes humanas ou de animais e nos alimentos. A doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória”.
O órgão afirma que o processo de recuperação do problema é lento e “depende de como o sistema imunológico reage para eliminar a toxina do corpo”. “Se tratada adequadamente, a doença tem cura e não deixa sequelas”, informa.
Vale destacar que são raros os casos nos quais o botulismo ocorre após a ingestão de enlatados.
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