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Energético: como a bebida age minuto a minuto no corpo

Segundo médico, os energéticos afetam várias áreas do organismo. Confira os possíveis efeitos causados pela bebida!

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 17h40 - Publicado em 27 fev 2024, 10h00

Basta tomar alguns goles de energético durante um dia corrido para que qualquer tarefa pareça menos cansativa. Isso ocorre porque a composição destas bebidas realmente ajuda a ficar mais alerta e ter mais atenção. Contudo, de acordo com estudos e profissionais, o preço pode ser alto, uma vez que os efeitos dessas substâncias no organismo são variados e nem sempre benéficos.

Recentemente, um estudo divulgado no Public Health Journal apontou que o consumo de bebidas energéticas ricas em cafeína, taurina e açúcar pode afetar seriamente a saúde mental de crianças e adolescentes, incluindo a ocorrência de pensamentos suicidas.

Essa conclusão veio após a análise de 51 estudos feitos anteriormente com mais de 1,2 milhão de crianças. Ansiedade, dificuldades de aprendizagem, depressão e insônia foram alguns dos efeitos relatados.

De acordo com a cardiologista e professora de Medicina da Universidade Positivo, Chiu Yun Yu Braga, “exagerar no consumo dessas bebidas pode causar dependência de cafeína e está associado a comportamentos de risco”.

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Efeitos do energético no organismo

De acordo com Yun Yu Braga, à medida que a cafeína, o açúcar e outros ingredientes, como a taurina, começam a surtir efeito no organismo, as pessoas podem experimentar diferentes sensações físicas. Além dessas mudanças perceptíveis, outros efeitos mais discretos também podem ocorrer.

“Logo após a ingestão de um energético, nos primeiros dez minutos, já se nota, por exemplo, um aumento significativo da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. A alta dose de cafeína age como um estimulante no corpo, provocando a elevação da frequência cardíaca e da pressão”, explica a médica.

Segundo ela, a cafeína pode estar presente nos energéticos em doses de até 150 mg e a dose segura de cafeína é de até 400 mg por dia. Além disso, os efeitos citados acima tendem a ser mais agudo em consumidores mais jovens.

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Passados 15 a 20 minutos do consumo, a cafeína pode deixar as pessoas mais alertas e concentradas. No entanto, esse efeito é passageiro, visto que, aproximadamente uma hora depois, os níveis dessa substância caem de repente, o que pode levar a sensações de cansaço ou mesmo exaustão.

“O excesso de cafeína provoca uma resposta do fígado, que absorve todo o açúcar rapidamente, causando uma queda repentina nos níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, cansaço. Muitas vezes, esse cansaço pode ser ainda maior do que aquele que se pretendia evitar antes de consumir a bebida”, esclarece a profissional.

Por fim, o aumento súbito nos níveis de açúcar, cafeína e concentração proporcionado pelos energéticos pode ter consequências nocivas, mesmo muitas horas depois do consumo. Entre 12 e 24 horas mais tarde, o consumidor pode sentir dores de cabeça, irritabilidade e até mesmo prisão de ventre.

É possível manter uma relação saudável com os energéticos, desde que o consumo seja moderado. “Você pode consumir um energético eventualmente, quando precisa manter-se alerta por alguma razão específica. O importante é evitar o consumo rotineiro, que pode levar à dependência de cafeína. Uma vez dependente, o corpo exige doses cada vez maiores dessa substância, o que pode estar associado ao risco de arritmias cardíacas”, finaliza a cardiologista.

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