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O seu intestino não funciona direito? Pode ser o adoçante

Estudos indicam que os adoçantes diminuem a capacidade intestinal, afetando a absorção de nutrientes e a digestão como um todo.

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 21 out 2024, 16h33 - Publicado em 12 set 2021, 08h00

Na hora de pedir um cafezinho, você troca o açúcar comum pelo adoçante. Com os doces, é a mesma coisa – troca os comuns por aqueles que são light, sem açúcar ou desenvolvidos com adoçantes. Mas sejamos sinceros: será que o adoçante realmente é a melhor escolha para substituir o açúcar? E, principalmente, quais são os efeitos que ele tem no nosso organismo a longo prazo? 

Conversamos com o Dr. Juliano Burckhardt, nutrólogo membro da Associação Brasileira de Nutrologia, para saber exatamente como o adoçante interage com o nosso organismo e como, principalmente, ele interfere com a saúde do intestino.  

Para começo de conversa, é importante entender do que estamos falando quando falamos sobre adoçantes. Segundo o médico, os adoçantes artificiais, também conhecidos como edulcorantes, são substâncias químicas capazes de conferir ou intensificar o sabor doce nos alimentos, sem a utilização do açúcar comum (a também chamada sacarose).

Em termos gerais, muitos acreditam que trocar o açúcar refinado, comum, pelo adoçante, é uma boa pedida porque, em teoria, é “menos pior” para a saúde. No entanto, o médico explica que o seu consumo em excesso, principalmente em alimentos industrializados, que combinam essa substância com corantes e outros elementos químicos, torna o seu consumo ainda pior para a saúde do que o do açúcar tradicional. 

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“Não vejo benefícios [no consumo de adoçantes]”, explica. “Por serem substâncias industrializadas, costumo dizer que existem os menos piores. Nessa escala, colocamos os naturais, como o xilitol, a estévia e a taumatina, por exemplo. Dos que, definitivamente, estudos científicos mostraram até potência cancerígena destacamos o ciclamato, sucralose, sacarina e aspartame.”

Como o consumo de adoçantes afeta a saúde intestinal 

Já deu para perceber que não se brinca em serviço quando se fala em consumo de adoçantes, mas é importante entender o efeito que essa substância tem em um ponto específico do corpo humano, o intestino. De acordo com o nutrólogo, um estudo publicado na última semana explica que as versões mais comuns de adoçantes disponíveis no mercado podem alterar a atuação de bactérias presentes no intestino humano, prejudicando o processo de digestão. A pesquisa em questão foi uma colaboração entre as universidades de Ben-Gurion, em Israel, e a Nanyang Technological, de Singapura, e a conclusão é clara: não usar adoçantes artificiais na dieta.

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“Uma pesquisa com ratos sugeriu que adoçantes alteram a maneira como o corpo processa gordura e energia, enquanto outro estudo aplicado em humanos levou ao aumento das taxas de diabetes, obesidade e pressão sanguínea”, explica. “Nos Estados Unidos, o consumo dos tipos mais comuns de adoçantes vem caindo. Consumidores têm preferido o tipo estévia, adoçante natural extraído de uma planta encontrada na fronteira do Brasil com o Paraguai, mas que ainda não teve seu uso regulamentado pelo governo americano porque os pesquisadores também estão cautelosos quanto a seus efeitos no organismo.”

A boa notícia é que, também segundo o médico, os efeitos causados no intestino pelo consumo de adoçantes é reversível, mas depende de dois fatores: o primeiro é a diminuição do consumo e o segundo é optando, sempre, pelas versões naturais, que podem ser administradas de maneira mais consciente na alimentação do dia a dia, excluindo os industrializados da alimentação. 

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