De acordo o Ministério da Saúde, apenas cerca de 10% dos brasileiros que sofrem com hipertensão fazem o tratamento adequado da condição. E, apesar de não ter cura, é muito importante manter um estilo de vida saudável para controlar a pressão alta: caso contrário, aumentam-se os riscos do surgimento de problemas cardiovasculares, quadros de infarto e derrame.
Mas o que exatamente é a hipertensão? “Ela está relacionada aos níveis tensionais do sangue durante a circulação. Quando as artérias estão estreitas ou enrijecidas, o coração tem que fazer mais força para bombear o sangue pelo corpo”, explica o médico nutrólogo Alexander Gomes de Azevedo, da Paraíba. Ao aumentar o esforço que faz, o músculo dilata e nossos vasos sanguíneos são danificados, podendo gerar consequências negativas para outras regiões também, como os olhos e os rins.
Segundo o médico, a mais comum é a denominada hipertensão idiopática. “Aquela que não tem causa específica, mas geralmente está relacionada com fatores genéticos. Contudo, é claro que alguns hábitos também influenciam para o aparecimento e até agravamento do quadro, como a má alimentação, sedentarismo, obesidade e o tabagismo”, afirma Alexander. Ele diz que emagrecer de 4 a 5 quilos reduz a pressão arterial em até 20%.
Alimentos permitidos
O que comer — e o que evitar — para prevenir e controlar a pressão alta? O médico nos ajudou com a dúvida:
Chá de camomila: “É comprovado que pessoas muito ansiosas tendem a ter um certo aumento da pressão arterial. As propriedades calmantes do chá de camomila são grandes aliadas nesses casos”, explica Alexander.
Tudo o que é rico em potássio: Uma revisão feita em 2017 pela Faculdade de Medicina Keck, nos Estados Unidos, comprovou: investir no mineral chega a ser tão eficaz quanto diminuir o consumo de sal. Não esqueça, então, de acrescentar na lista de compras banana, manga, milho, tomate, mandioquinha, romã, beterraba, chuchu, mamão…
Fibras: Incluir as fibras na dieta é uma recomendação do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia. De acordo com os especialistas, elas ajudam na regulação dos níveis de insulina no sangue, o que mantém os vasos relaxados. Além disso, o melhor funcionamento do intestino ajuda na absorção do potássio. As fibras estão presentes em abundância nas folhas verdes-escuras, como couve e espinafre, em grãos e cereais integrais.
Gorduras (as boas): As castanhas e as sementes de vários tipos, o azeite de oliva e o abacate são exemplos de alimentos ricos em gorduras mono e poli insaturadas, consideradas benéficas para o organismo. Adicioná-las nas refeições diminui o colesterol ruim, regula os níveis de insulina no sangue e protege o coração. Mas em quantidades moderadas, viu?!
Melancia: Além de sua polpa ter bastante potássio, a melancia também contém citrulina, substância que vem sendo cada vez mais relacionada com o relaxamento das artérias pelos estudos científicos.
Kiwi: Conhecida por seu potencial antioxidante, a fruta possui substâncias que combatem o envelhecimento das células, o que está ligado a vários problemas de saúde, incluindo as doenças cardiovasculares.
Alimentos que devem ser evitados
Café: “A cafeína aumenta a tensão dos vasos sanguíneos e libera adrenalina, o que também contribui para a vasoconstrição”, explica o nutrólogo.
Chá preto, vermelho e verde: “Eles têm teína, que funciona igual a cafeína”, afirma o médico.
Alimentos industrializados: Todo mundo já sabe. Os embutidos, as frituras, os molhos processados e os salgadinhos em geral escondem em suas composições doses exageradas de sódio. E ultrapassar a dose diária recomendada do mineral (2 mil miligramas) causa a retenção de líquido nos vasos, aumentando a pressão em seu interior.