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Colesterol “bom e ruim”: como equilibrá-los para manter a saúde

Os dois tipos de colesterol, LDL e HDL, tem propriedades específicas e são fatores de risco para distúrbios e doenças cardiovasculares

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 17h35 - Publicado em 23 Maio 2024, 10h00

O estilo de vida cada vez mais sedentário combinado a uma alimentação cheia de alimentos gordurosos é um dos maiores fatores para que cerca de 40% dos adultos no Brasil tenham um diagnóstico de colesterol alto, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

De acordo com estudos da UFMG, o excesso de colesterol no organismo pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica, e também já ameaça a saúde de 27,4% de crianças e adolescentes brasileiros.

Os riscos de ter colesterol alto no sangue incluem um aumento significativo do risco de doenças cardiovasculares, como a doença arterial coronariana, que pode levar a angina (dor no peito) e até mesmo a um ataque cardíaco. Além disso, o colesterol elevado está associado a um maior risco de acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial periférica, doença arterial renal e disfunção erétil em homens.

“É fundamental controlar os níveis de colesterol por meio de uma dieta equilibrada, exercícios regulares, evitando o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de realizar exames periódicos para monitorar a saúde cardiovascular, incluindo crianças e jovens, uma faixa etária suscetível ao alto consumo de alimentos industrializados e com alto teor de gordura”, explica o cardiologista, Luiz Guilherme Velloso, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, e também professor de cardiologia do Centro Universitário São Camilo.

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Segundo o profissional, o colesterol alto também pode ter relação com herança genética, como é o caso da hipercolesterolemia familiar (HF), que impede o fígado de remover o excesso de lipoproteínas de baixa densidade, o LDL, popularmente conhecido como colesterol “ruim”, e não costuma apresentar sintomas específicos.

“O colesterol elevado não provoca sintomas, mesmo quando está muito alto, o que o transforma em um fator de risco especialmente perigoso”, comenta o especialista, ressaltando que a elevação do colesterol só causa sintomas quando as artérias já estão obstruídas.

Por fim, Velloso ressalta que o colesterol deixa de ser saudável quando o nível no sangue é superior a 200 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl) em adultos. Um nível de colesterol total inferior a 200 mg/dl é desejável, mas muitas pessoas se beneficiam ao manterem níveis de lipídios ainda mais baixos.

Colesterol “bom e ruim”: como equilibrar?

Segundo o médico, observar o nível de colesterol “ruim” é mais importante do que o nível de colesterol total. Um nível elevado de colesterol LDL aumenta o risco de aterosclerose, enquanto a presença de níveis elevados de lipoproteínas de alta densidade (HDL), chamado de colesterol “bom”, pode trazer maior proteção contra a obstrução das artérias. Por outro lado, a presença de um nível baixo de colesterol HDL (inferior a 40 mg/dl) também está associada a um risco aumentado de aterosclerose. O risco de um ataque cardíaco é mais que duas vezes maior quando o nível de colesterol total se aproxima de 300 mg/dl.

“É importante ressaltar que o colesterol em si não é danoso, mas sim um lipídio essencial na formação da membrana de todas as células do corpo. O LDL e o HDL devem estar equilibrados, dentro de suas faixas de normalidade. Com um estilo de vida saudável, e, em alguns casos, com a ajuda de medicamentos como as estatinas, é possível controlar o colesterol e ter qualidade de vida”, conclui Velloso.

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