Poluição está por trás de 1 a cada 6 mortes no mundo, diz estudo
Pesquisa inédita calcula que, a cada ano, 9 milhões de pessoas morrem por doenças ligadas à contaminação do meio ambiente
Milhões de pessoas morrem anualmente por problemas cardiovasculares, derrame, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) – um mal que leva ao bloqueio da passagem do ar pelos pulmões. E isso não se explica apenas pela adoção de um estilo de vida sedentário, com alimentação inadequada e hábitos como o tabagismo. Segundo uma pesquisa recente, publicada no respeitado periódico The Lancet, a poluição está ligada a boa parte desses falecimentos.
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De acordo com o levantamento, estima-se que 9 milhões de mortes por ano estejam relacionadas à contaminação do ar e da água, por exemplo. Esse total equivale a 16% (uma em cada seis) de todas as pessoas que morrem no mundo anualmente. “A poluição é muito mais do que um desafio ambiental – é uma ameaça profunda e penetrante que afeta em vários aspectos a saúde e o bem-estar humano”, comentou Philip Landrigan, um dos líderes da investigação.
O levantamento (que foi realizado durante dois anos e envolveu mais de 40 autores especializados em saúde e meio ambiente de vários países) também aponta que a poluição do ar é a maior vilã – em 2015, ela foi responsável por 6,5 milhões de mortes. Já poluentes na água e a falta de saneamento básico têm relação com 1,8 milhão de falecimentos por doenças gastrointestinais e infecções por parasitas.
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Outro tipo de poluição que leva cerca de 800 mil pessoas a perderem suas vidas a cada ano é a exposição a toxinas e compostos carcinogênicos em ambientes de trabalho, como no caso de indivíduos que lidam diretamente com carvão, tintas e amianto.
Os mais afetados
A maior parte (92%) dos óbitos ligados à poluição ocorre em países de baixa e média renda. No entanto, é nas nações em processo de desenvolvimento e industrialização que se observam os maiores impactos – em Bangladesh, Índia, China, Paquistão, Quênia e Madagascar, uma a cada quatro mortes estão relacionadas aos efeitos da interação com poluentes.
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De acordo com os autores, porém, esse cenário não é inevitável e poderia ser minimizado com leis e regulamentos semelhantes aos de países ricos. “A prevenção da poluição é cara, mas efetiva – e ajuda a melhorar a saúde e a expectativa de vida, além de impulsionar a economia”, acredita Richard Fuller, integrante da comissão que realizou o estudo. “Isso foi visto em países ricos e em desenvolvimento, onde a legislação ajudou a conter os poluentes mais notórios, obter ar e água mais puros, reduzir a concentração sanguínea de chumbo, eliminar locais que acumulam resíduos perigosos e elevar a qualidade de vida em cidades”, disse Fuller.
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