Café pode ajudar no combate do Parkinson e demência, diz estudo
Pesquisa da universidade americana Rutgers University divulgada esse mês mostra que compostos da bebida auxiliam na proteção contra a degeneração cerebral
Os benefícios do café, quando ingerido em quantidade moderada, não são poucos. Além de dar um estímulo extra, estudos já associaram a bebida à ações importante para o organismo, como na proteção cardiovascular, na melhora do humor e concentração e até no aumento da longevidade. Com tantas descobertas positivas e por ser um alimento que faz parte do cotidiano das pessoas ao redor do mundo, não são poucas as pesquisas que vêm sendo feitas sobre ele. Em uma das mais recentes, concluiu-se que duas substâncias presentes no grão podem contribuir para a proteção ou até no retardo dos danos cerebrais causados por doenças como Parkinson e demência.
O estudo desenvolvido pela universidade norte-americana Rutgers University e publicado no periódico científico Proceedings of National Academy of Sciences analisou a ação da cafeína e do EHT (Eicosanoil-5-hidroxitriptamida), composto derivado do neurotransmissor serotonina e encontrado na casca do grão de café, no cérebro de ratos e descobriu que, quando associados, eles aumentam a atividade de um catalisador que ajuda a prevenir o acúmulo de proteínas nocivas associadas à doenças degenerativas, como Parkinson e a Demência de Corpos de Lewy, um dos tipos mais comuns de demência.
Os ratos receberam os compostos durante 6 meses e, nesse período, testes foram realizados para medir as atividades motoras, de aprendizado e de memória dos animais. Apenas os que haviam recebido as duas substâncias combinadas tiveram bons resultados. Quando o tempo de análise terminou, o cérebros dos ratos foram estudados e pode-se perceber que a cafeína e o EHT ajudaram a evitar o acúmulo da proteína degenerativa.
Outras pesquisas já haviam sugerido a ação benéfica do café no tratamento de doenças como Parkinson e Alzheimer, porém, com as revelações desse estudo recente, os cientistas começaram a entender mais sobre como os compostos da bebida agem no cérebro protegendo-o. Se as observações retiradas desse trabalho também se aplicarem à humanos, novos medicamentos poderiam surgir para evitar o avanço de condições degenerativas no cérebro.
Porém, para a neurologista e principal autora do estudo Mary Maral Mouradian, mais pesquisas são necessárias para determinar a porção de cafeína e EHT que podem ajudar a proteger o cérebro das pessoas. “EHT é um composto encontrado em vários tipos de café, porém a quantidade varia de acordo com cada um. É importante que isso seja estabelecido para que as pessoas não consumam café exageradamente e tenham consequências negativas para a saúde”, alertou a cientista.