A Pescaterian Diet pode ser uma boa opção para quem quer diminuir o consumo de carne, mas não consegue fazer de uma vez só. Se você já adotou o movimento #SegundaSemCarne que é apostar em um cardápio vegetariano em um dia na semana, e ir aumentando aos poucos, e quer ir mais longe, essa pode ser a alternativa.
A pescaterian diet é uma alimentação pesco-vegetariana, como é conhecida na literatura científica. Agrupada dentro do espectro do vegetarianismo, ela nada mais é do que “uma dieta vegetariana com a adição de peixe e frutos do mar”, explica a nutricionista Luciana Sarmento, do Espaço Stella Torreão, no Rio de Janeiro.
Para quem serve a pescaterian diet?
O pescaterianismo pode ser uma opção para quem procura uma dieta saudável, uma vez que os benefícios em diminuir a quantidade de carne vermelha no prato já são comprovados. E incluem um menor risco de doenças crônicas como obesidade, problemas cardíacos e diabetes.
Contudo, essa escolha alimentar também é ótima para quem pensa no meio ambiente. “Muitos defensores da dieta apontam que a criação e o processamento de carne vermelha não apenas ocupam terras preciosas, mas também contribuem para emissões de gases de efeito estufa. Razões humanitárias como a prática desumana de matar animais, assim como a produção de grãos para alimentação dos mesmos quando há tanta fome no mundo, são discursos pregados por quem adota a dieta”, diz Luciana.
Como funciona
Os alimentos à base de plantas fornecem inúmeras vitaminas, minerais e fitoquímicos. Já os frutos do mar fornecem gorduras insaturadas, ácidos graxos, ômega-3, vitaminas e proteínas. Para seguir a dieta, as refeições devem incluir frutas, legumes, grãos, nozes, gorduras saudáveis, peixes e frutos do mar. Carnes de gado, frango, porco, cordeiro, peru e de caça devem ser excluídos.
Mas por que ela é boa para o organismo?
“O peixe é uma excelente fonte proteica, fundamental para a construção e reparação dos órgãos e tecidos do corpo”, explica a nutricionista. Ela afirma ainda que ele ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares, pois possui alta proporção de gorduras insaturadas (as mono e poliinsaturadas, chamadas “boas”).
Além disso, alguns tipos de pescado são fontes de ômega 3 (como o atum, salmão, pintado, sardinha, arenque, anchova, tainha, bacalhau e truta).
Só que cuidado: nem todos os frutos do mar podem ser consumidos sem moderação. Os que estão no topo da cadeia alimentar, por exemplo (como o tubarão, peixe-espada, cavala, raia e agulha), possuem altas concentrações de metais pesados. “O metilmercúrio (composto orgânico derivado do mercúrio), caso seja consumido em grande quantidade, pode ser extremamente prejudicial à saúde, uma vez que ele não pode ser processado pelo organismo humano, e acaba se acumulando até atingir quantidades graves”, afirma Luciana. Poluentes provenientes do ambiente, como o plástico ou elementos químicos, também podem entrar na carne desses animais.
Esses peixes ser evitados principalmente por crianças, mulheres em idade fértil, grávidas e que está amamentando. Segundo a especialista, o consumo deles deve ser reduzido a uma porção pequena (do tamanho da palma da mão) apenas uma vez por semana.