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Até os treinos “ruins” são bons para a sua saúde

A educadora física Gabriela Bahia, da Crew, explica como tudo depende da nossa percepção corporal

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 21 out 2024, 16h32 - Publicado em 7 nov 2022, 08h00
treinos ruins
 (Tirachard Kumtanom / Pexels/Divulgação)
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Você vai na academia, mas sente que o treino ficou bem distante do que você gostaria. Calma, a gente entende que isso pode ser bastante frustrante. Mas a verdade é que não existe nenhum problema com treinos “ruins”. Pelo contrário, eles continuam sendo bons para a sua saúde

O QUE CARACTERIZA UM TREINO BOM? 

Para a educadora física e influenciadora fitness Gabriela Bahia, da Crew, tudo começa com uma percepção pessoal sobre o treino: o que ela chama de PSE, ou percepção subjetiva do esforço. 

“A gente precisa sempre buscar uma PSE um pouco elevada – você vai se sentir ofegante, que gerou esforço naquele treino”, explica ela. “Quando você finaliza o treino, e sente que conseguiu chegar nesses níveis mais altos de PSE, isso caracteriza um bom treino.”

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Ou seja, não dá para julgar um treino só pelo número de séries ou de repetições que você fez de um exercício. É preciso também entender a qualidade com a qual você treinou. 

“Quando você está treinando, você tem que levar consciência para o músculo que está sendo trabalhado, tem que levar esforço, prestar atenção nos músculos movimentando… Tudo isso vai fazer a sua PSE aumentar e, quanto mais a gente consegue levar essa percepção a níveis elevados, melhores resultados a gente tem para o corpo e para a mente”, continua.

ERROS COMUNS NA HORA DE TREINAR

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Uma coisa é certa: seja um treino longo ou curto, super intenso ou mais leve, todo mundo consegue perceber a si mesmo treinando. E é aí que mora o primeiro grande problema, quando se fala em treinos: não trabalhar a sua presença ao fazer os exercícios. 

“O treino é como qualquer trabalho que você for fazer”, explica Gabriela. “Se você estiver lendo um livro sem prestar atenção, não vai entender nada do que aquele livro está passando. É muito importante, na hora de treinar, estar, de fato, presente, prestando atenção no músculo, observando o abdômen, levando consciência pro seu corpo, para você ter resultados.”

O segundo grande erro, segundo a profissional, é não se atentar ao descanso e, mais ainda, não se alimentar direito. Aqui, ela reforça que não é obrigatório se alimentar antes de treinar, mas pensar na alimentação de forma macro – afinal, não só de pré-treino vive um corpo saudável. 

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“O treino vai moldar o seu corpo, mas você vai tirar energia para treinar de alguma coisa, que é o alimento. Temos que pensar em uma alimentação macro: como as minhas refeições ao longo do dia vão me ajudar a ter mais energia na hora do treino? Você precisa se alimentar bem para ter energia para treinar, senão, não vai tirar energia de lugar nenhum e vai treinar sem fazer esforço, e, sem esforço, não há adaptação do corpo nem resultado”, explica. 

Cuidar do sono também faz parte da busca por um bom treino. Isso porque o sono vai modular os seus hormônios, além de, também, oferecer energia pro seu dia. A higiene do sono antes de ir pra cama, segundo a educadora, é muito importante para uma boa noite de sono.  

AFINAL, EXISTE TREINO RUIM? 

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Pelo contrário. Cada pessoa sabe os seus limites e quando é possível se desafiar ou quando é necessário pegar mais leve. Cada pessoa tem a sua capacidade de resistência e forma muscular e o treino deve se enquadrar nesses aspectos pessoais. 

A PSE de uma pessoa que treina há muitos anos, por exemplo, vai ser completamente diferente da PSE de alguém que está começando agora – porém, é possível alcançar bons resultados em ambos os casos. 

“Dentro da capacidade do limite daquela pessoa, a gente vai trabalhar para termos bons benefícios”, explica. “A gente só tem que saber qual o estímulo correto para que ele gere adaptações para ter resultados. Todo treino traz benefícios, mas a pessoa tem que ter essa percepção para gerar esforço dentro do treino.”

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Fora isso, é importante também rever alguns conceitos que temos sobre o que é um “bom treino”. Ao contrário do que se pensa, não necessariamente um treino bom significa um treino longo – vide o HIIT, uma modalidade super popular de treinos de alta intensidade em pouco tempo. 

Essa, aliás, é uma ótima opção quando a agenda está apertada, já que eleva a frequência cardíaca ao mesmo tempo que oferece descansos curtos e uma prática compacta – ou seja, com eles, é possível otimizar o tempo e ainda assim ter bons resultados.   

“É muito importante a gente ter autorresponsabilização”, explica Gabi. “Quando você vai fazer um treino, é importante perceber se ele não está te desafiando ou se você não está conseguindo dar o seu melhor. E, aí, a gente tem que analisar se é a pessoa ou o treino, mas é uma análise que todos nós podemos fazer.”

Para ela, o desânimo com a prática física está bastante conectado com a ideia de que vamos sempre ter uma motivação forte para treinar – quando, na verdade, tudo depende da disciplina e do nosso comprometimento com a prática física. 

“Se o treino está sendo bom para você, a forma de você não desanimar é tendo disciplina para fazer aquele treino todo dia”, diz. “Eu falo que é 1% melhor todo dia. Nem todo dia a gente tá muito bem, mas um pouquinho que você vai naquele treino, e tenta dar 1% melhor, você já está garantindo um bom resultado.” 

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