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Projeto verão: saiba como evitar esses 4 perrengues de quem começa com tudo na academia

Saiba como prevenir calos, lesões, fadiga excesso nas primeiras semanas de treino

Por Maraísa Bueno
23 nov 2025, 12h00
Não exagere no projeto verão para não ter o risco de calos e lesões pelo corpo!
Não exagere no projeto verão para não ter o risco de calos e lesões pelo corpo! (Drazen Zigic/Freepik)
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Com a chegada da estação mais quente do ano, muitas pessoas resolvem intensificar a rotina de treinos na academia, não é mesmo? O Projeto Verão vem aí, mas é preciso cuidados, pois essa vontade pode gerar obstáculos que comprometem a motivação e até a saúde, como, por exemplo, calos nas mãos, lesões, fadiga por excesso de exercício, entre outros.

A boa notícia é que, com alguns cuidados simples, é possível prevenir esses problemas e seguir firme no projeto verão e especialistas no assunto trouxeram quatro deles a seguir:

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Calos nas mãos 

Quem já malha há algum tempo pode nem ligar, mas o surgimento de calos pode causar grande desconforto estético, além de também atrapalhar o desempenho durante o treino.

“Os calos são áreas da camada mais externa da pele que se tornaram duras, grossas e rígidas devido ao atrito constante causado em uma determinada região; a pele engrossa para se proteger dessa pressão/atrito constante” explica dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Os calos decorrentes da musculação aparecem geralmente nas mãos devido ao modo como os aparelhos e equipamentos da academia são utilizados. “Mas é possível prevenir os calos através de alguns cuidados, como fazer uso de luvas de proteção na hora de pegar peso. As luvas são as mais eficientes para prevenir os calos nas mãos. Caso as luvas te atrapalhem, usar giz ou cal nas mãos também é uma opção, já que estas substâncias facilitam o uso correto do aparelho, permitindo que este escorregue sem causar grande pressão ou atrito”, recomenda a dermatologista.

E complementa: “Outra boa dica é fazer uso de um creme hidratante específico para a área das mãos, de preferência que contenha ureia em sua formulação. O uso deste produto duas vezes por dia pode ajudar a prevenir os calos.”

Não é recomendado furar, cortar, ou lixar os calos em casa, pois isso pode causar feridas, sangramentos e infecções, além de promover um efeito rebote, onde a pele se regenera mais espessa, piorando o quadro. “O ideal então é que você consulte um dermatologista. Ele poderá, por exemplo, receitar cremes formulados com ativos queratolíticos, como o ácido salicílico, que degrada a queratina presente no calo, promovendo esfoliação e renovação celular, eliminando-o e deixando a pele macia novamente”, destaca a Dra. Paola Pomerantzeff.

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Lesão

As lesões que mais acometem os iniciantes são as musculares e articulares, geralmente por despreparo ou progressão abrupta de carga ou esforço. Para quem quer tirar o atraso na esteira, a lesão mais comum é a do joelho de corredor.

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“Na verdade, esse é um nome popular para a síndrome do trato iliotibial. É uma condição comum e pode afetar praticantes de diversas modalidades, mas é mais frequente em esportes como a corrida e o ciclismo. E engana-se quem acredita que é um problema restrito a atletas. Na realidade, constantemente surge em corredores amadores por falta de preparo e acompanhamento adequado”, explica o ortopedista Dr. Marcos Cortelazo, especialista em joelho e traumatologia esportiva e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

De acordo com o profissional, o trato iliotibial é uma estrutura localizada na lateral da coxa que se estende do quadril até o joelho, ajudando a estabilizar essas articulações. Ao corrermos, pedalarmos ou realizarmos qualquer atividade que envolva esse movimento repetitivo de flexão e extensão do joelho, há um atrito do trato iliotibial com a lateral do fêmur. Quando esse atrito é excessivo, surge um processo inflamatório doloroso.

O médico também pontua a dor aguda na lateral do joelho como o principal sintoma da condição. “Inicialmente, a dor pode não ser incapacitante, inclusive muitas pessoas continuam com a prática. No entanto, com o passar do tempo e sem o tratamento adequado, a dor tende a piorar, causando rigidez e limitação dos movimentos”, alerta. “O aumento abrupto do volume e da intensidade da corrida, incluindo quilometragem, velocidade e frequência, é a principal causa da síndrome do trato iliotibial. Por isso, descanso adequado e uma progressão gradual e planejada no esporte são fundamentais”, ressalta o especialista.

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Fadiga por overtraining

Segundo a endocrinologista Dra. Deborah Beranger, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, o overtraining leva à liberação exagerada de cortisol que favorece a lesão muscular e fadiga muscular intensa.

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“Além disso, existem outros sintomas associados, como: a perda considerável de rendimento, de forma que os resultados não aparecem; falta de energia já no início do treino; músculos muito doloridos devido ao treinamento anterior (lembrando que este é um sintoma que não vale como regra para os iniciantes, quando é comum que as dores musculares apareçam nesse estágio); insônia e dificuldade de ter uma boa noite de descanso; dores de cabeça; perda de apetite; irritabilidade e alterações no humor”, diz a médica.

Para evitar o overtraining, o mais importante é que a prática de atividade física seja feita sob orientação de um profissional. “Além disso, é necessário respeitar a recuperação e os dias de descanso, mantendo também uma alimentação saudável e equilibrada, sem privação de nutrientes”, sugere a endocrinologista.

Já o Dr. Fernando Jorge, ortopedista e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP, destaca que nutrição e descanso são pilares fundamentais. Sem sono adequado, não há recuperação muscular plena. A nutrição correta complementa o processo, garantindo que o corpo tenha os nutrientes necessários para regenerar tecidos e manter a performance.

“Estratégias incluem: refeições ricas em antioxidantes e anti-inflamatórios naturais (frutas vermelhas, peixes ricos em ômega-3, cúrcuma) para reduzir o estresse oxidativo; carboidratos de alta qualidade e proteínas após o esforço, priorizando a recuperação de glicogênio e síntese muscular; hidratação constante para evitar cãibras e fadiga; trabalho integrado com nutricionistas e fisiologistas, ajustando o plano alimentar e suplementação”, explica o profissional.

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Suando demais em áreas delicadas

Transpirar é extremamente normal após um esforço físico, mas algumas pessoas produzem mais suor na região da palma das mãos e sola dos pés, o que pode causar desconforto e dificultar a realização de alguns exercícios.

“Enquanto nas mãos, o suor excessivo pode trazer desconfortos em alguns exercícios, nos pés a situação também não é das melhores. O suor em excesso nessa região também pode fazer o pé ‘escorregar’ e com isso causar calos, bolhas e feridas”, acrescenta a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff.

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A médica explica que a toxina botulínica é altamente eficaz nesses casos. “Antes de aplicar a toxina botulínica, podemos (e devemos) fazer um teste, que é o teste de Minor. Ele é feito com iodo e amido. Aplica-se a solução de iodo na região afetada e depois, polvilha-se o amido por cima. As áreas afetadas pela hiperidrose ficam com uma coloração azul escura. Esse teste ajuda muito para aplicarmos a toxina exatamente nas áreas afetadas”, destaca a Dra. Paola.

“Dias após a aplicação, se repetirmos o teste, as mesmas áreas não ficarão escuras”, pontua a médica. A duração do efeito da toxina botulínica para controle do suor é, em média, de 9 meses. “A aplicação é rápida e pode ser repetida a cada seis meses (se necessário)”, explica a Dra. Paola.

Por fim, os médicos ressaltam que, ao sentir qualquer um desses sintomas, o ideal é buscar ajuda de um especialista para progredir nos treinos com segurança.

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