Mulheres na corrida: má nutrição aumenta risco de lesões, diz estudo

A alimentação adequada não só melhora o desempenho atlético, como também reduz o risco de lesões

Por Maraísa Bueno
6 jun 2025, 12h00
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Estudo mostra que má alimentação gera risco de lesões na corrida, principalmente em mulheres (./Freepik)
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A corrida de rua tem crescido nos últimos anos e fez com que diversas pessoas saírem do sedentarismo, se tornando uma das modalidades mais populares do Brasil. Segundo o estudo “Por Dentro do Corre”, realizado pela Olympikus, em parceria com a Box1824, mostra que, no Brasil, 13 milhões de pessoas correm pelo menos uma vez na semana. 

Porém, além de se atentar às dicas de começar a praticar corrida de rua em um ritmo leve e ir aumentando de acordo com sua resistência, a alimentação também é outro fator muito importante. É o que diz um estudo recente publicado no Journal of Science and Medicine in Sport, que realizou uma revisão sistemática com análise de dados de quase 6.000 corredores.

O trabalho mostrou que uma nutrição adequada é crucial para melhorar o desempenho atlético na corrida de rua, auxiliar na recuperação e na saúde geral”. Isso já tínhamos ciência, mas também mostra uma clara relação entre má nutrição e aumento do risco de lesões, especialmente para mulheres”, explica o Dr. Fernando Jorge, médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. 

“O estudo descobriu que menores ingestões de energia, fibras e gordura estavam fortemente associadas a um maior risco de lesões em corredoras. Quando os corredores não consomem energia suficiente, as necessidades do corpo não são atendidas, o que, com o tempo, pode levar a problemas como desmineralização esquelética, perda de massa corporal magra, fadiga e fraturas por estresse”, completa o médico.

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E um destaque do estudo foi relacionado à dieta pobre em fibras em corredores, algo que pode aumentar a probabilidade de lesões, tanto em mulheres, quanto em homens. “Isso é particularmente interessante e serve de alerta porque um efeito colateral pouco falado das dietas com baixo carboidrato, muitas vezes seguidas por moda e não com orientação de especialistas, reduz o aporte de fibras. E o estudo mostra que corredores lesionados, tanto homens quanto mulheres, consumiram três gramas a menos de fibras por dia em sua dieta, em comparação àqueles que não sofreram lesões”, destaca.

Alimentação antes e depois da corrida

De acordo com a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a preocupação alimentar deve ocorrer antes (para fornecer energia) e depois do exercício físico. “Após o treino, o organismo precisa de macronutrientes específicos para o restabelecimento das reservas de energia, a reparação das fibras musculares lesionadas durante o exercício e a estabilização dos marcadores bioquímicos de estresse causado pelo treino”, explica a médica. 

Alimentos fontes de fibras geralmente têm origem vegetal e ofertam também micronutrientes, como vitaminas e minerais, além de compostos antioxidantes e anti-inflamatórios. “As frutas são exemplos de carboidratos complexos, fontes de fibras e micronutrientes como vitaminas e minerais, além de antioxidantes, o que faz delas ótimas opções pós-treino. É importante levar em consideração que as frutas têm grandes variações nas suas composições, portanto é importante conhecer as características de cada uma, para fazer as melhores escolhas para o momento”, completa a Dra. Marcella Garcez. 

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Orientação médica é extremamente necessária

O ortopedista Dr. Fernando Jorge afirma que os médicos precisam ajudar as corredoras a atingirem ingestão suficiente de energia e gordura, ao mesmo tempo em que orientem todas as corredoras a otimizar seu consumo de fibras. 

Já Dra Marcella dá a dica: “Uma dieta equilibrada, variada e o mais natural possível, que seja programada de acordo com as necessidades pessoais, é sempre o melhor caminho para garantir o aporte necessário e os melhores resultados”.

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